Contratado na última sexta-feira (21) após a demissão de Eduardo Barroca, o técnico Jorginho voltou prometendo que o Coritiba pode surpreender positivamente neste Brasileirão, apesar da largada ruim. Ele assume o Coxa com apenas três pontos nas cinco primeiras rodadas, na lanterna da competição.
Além disso, o experiente técnico negou o rótulo de retranqueiro, avaliou o atual elenco e revelou que diferenças com o ex-executivo de futebol, Rodrigo Pastana, foram a razão por não ter aceitado a renovação com o Coxa após o acesso na Série B do ano passado.
Confira os principais tópicos da entrevista coletiva de Jorginho em sua volta ao Alto da Glória. Ele esteve ao lado do presidente Samir Namur e respondeu às perguntas enviadas por repórteres nesta terça-feira (25).
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Jorginho nega o rótulo de treinador defensivo em volta ao Coritiba
Jorginho explicou que o estilo de jogo do Coxa na reta final da Série B estava atrelado às circunstâncias específicas da competição e negou que seja um treinador “reativo”, ou seja, mais defensivo e focado em contra-ataques.
“A gente tem que entender o contexto do ano passado. A equipe nos jogos em casa tinha dificuldade, estava com pressão grande por parte da torcida, porque nosso maior adversário na cidade estava tendo sucesso. Era uma intranquilidade muito grande”, explicou, para em seguida defender o próprio estilo de jogo.
"Dentro de casa a gente fazia um gol e recuava, intuitivamente, não era uma coisa que eu pedia", analisou.
“Com a chegada do Barroca, se falou muito que ele é proativo, equipe ofensiva. A gente precisa desmistificar isso. Eu creio que minha equipe precisa ser equilibrada e ter consistência defensiva", defendeu.
"Não podemos enfrentar um Flamengo, Grêmio, Palmeiras, de peito aberto, achando que seremos ofensivos, sem equilíbrio defensivo. Estaríamos fadados a perder os jogos, como aconteceu nos quatro primeiro jogos do Brasileirão”, emendou.
Atritos com Pastana impediram renovação de Jorginho com o Coritiba no fim de 2019
Segundo Jorginho, a proposta de renovação feita pelo Coritiba no final de 2019 foi a mesma que ele aceitou agora, oito meses depois, no retorno ao clube.
O treinador revelou que não foi o fator financeiro que travou uma permanência naquele momento pós-acesso, mas sim a relação com o então executivo de futebol, Rodrigo Pastana, demitido junto com Barroca na semana passada e substituído por Paulo Pelaipe.
“Eu coloquei uma diferença financeira justamente para não aceitar [a proposta do Coritiba]”, revelou, comentando que chegou a ser taxado de "mercenário" por alguns torcedores nas redes sociais após a saída e ressaltando a boa relação que mantém com o presidente Samir Namur.
“Eu não permaneci porque tinha diferenças em termos de gestão, era algo latente. Então achei melhor pegar meu boné e me retirar. Foi uma incompatibilidade em termos de gestão de grupo, formação da comissão técnica. Eu tinha essas diferenças muito grandes com o diretor executivo [Rodrigo Pastana], porque eu não concordava com coisas que eram muito claras para mim. Respeitando o profissional, que é de altíssimo nível, mas não me sentia livre e à vontade para trabalhar dessa forma”, continuou.
"Nossa primeira escolha era pela manutenção do Jorginho, foi a decisão tomada em primeiro lugar", comentou Namur. "Infelizmente por circunstâncias da renovação não foi possível, é passado", prosseguiu.
Expectativas do Coritiba na sequência do Brasileirão e reforços
Jorginho relatou que vinha acompanhando as partidas do Coritiba na Série A e fez elogios ao atual elenco.
“Temos condição, temos capacidade. As contratações precisam ser muito pontuais, porque a gente não pode errar. O elenco é bom, mas precisa de contratações pontuais”, reforçou. “Eu acredito sinceramente que vamos surpreender no final do campeonato”, arrematou
Apesar disso, o treinador, que já teve experiência em treinar times na zona de rebaixamento, alertou para a necessidade urgente de tirar o Coxa da delicada situação.
“Sei muito bem, já assumi times na zona de rebaixamento e não é simples. Em um primeiro momento, temos que jogar pela vitória, para sair urgentemente da ZR. Com isso você ganha confiança. Precisamos ser eficientes, mas podemos sim pontuar e ter um futebol de qualidade”, prometeu.