O Coritiba será o décimo clube na carreira do treinador Jorginho. Contratado com a missão de substituir o demitido Umberto Louzer e reconduzir o Coxa ao caminho do acesso, o ex-atleta tetracampeão mundial com a seleção em 1994 tenta também reencontrar o rumo do sucesso na própria carreira à beira do campo.
Desde 2010, quando deixou o cargo de auxiliar-técnico da seleção brasileira comandada por Dunga na Copa do Mundo para assumir o Goiás, Jorginho ainda tenta se consolidar entre os principais treinadores do país.
Fome de sucesso pessoal que coincide com a necessidade urgente do Coxa de voltar a vencer na Série B. O time vem de quatro derrotas seguidas e está na 8.ª posição, com 34 pontos, dois a menos que o CRB, que abre o G4.
TABELA: confira a classificação e os próximos jogos da Série B
Por outro lado, o melhor trabalho de Jorginho no Brasil aconteceu ainda em 2011, no Figueirense.
Apesar de não conseguir o título estadual daquele ano, o técnico terminou o Brasileirão na 7.ª posição, chegando a brigar por vaga na Libertadores. No final daquela temporada, não renovou com o time catarinense, deixando o posto com 54,6% de aproveitamento em 47 jogos.
Jorginho também trabalhou no Kashima Antlers-JAP (2012), Flamengo (2013), Ponte Preta (2013 e 2019), Al Wasl-EAU (2014), Vasco (2015/16 e 2018), Bahia (2017) e Ceará (2018).
Seu mais recente trabalho na Macaca acabou em agosto deste ano. Jorginho foi demitido com o time na 8.ª posição, com 27 pontos.
Motivos para acreditar
Renome
Campeão mundial como jogador e ex-auxiliar da seleção brasileira, Jorginho chega ao Alto da Glória para substituir o pouco conhecido Louzer, que já havia tido carreira discreta também como atleta. A presença de um treinador mais renomado pode elevar a disciplina e confiança do elenco coxa-branca, além de ajudar a controlar o vestiário.
Caminho do acesso
A busca pelo acesso na Série B não é novidade na carreira de Jorginho como treinador. Em 2016, o técnico liderou a campanha que deixou o Vasco na terceira posição daquela edição da Segundona, garantindo o acesso aos cariocas. No entanto, acabou não tendo o contrato renovado para a temporada seguinte de retorno à elite.
Retomada da carreira
O Coritiba precisa de Jorginho na mesma proporção em que Jorginho precisa do Coritiba. A série recente de trabalhos abaixo da média exige do treinador uma retomada urgente na carreira. Além da demissão da Macaca nesta Série B, soma trabalhos fracos e de curto prazo em Vasco (2018), Ceará (2018) e Bahia (2017).
Motivos para desconfiar
Histórico
Se por um lado o histórico recente de Jorginho faz o treinador se motivar para retomar a própria carreira, também gera desconfiança no Alviverde. O técnico tem apenas dois títulos na carreira, ambos no Japão, em 2012, pelo Kashima Antlers. No Brasil, levou a Ponte Preta ao vice-campeonato da Sul-Americana de 2013, mesmo ano em que a Macaca acabou rebaixada no Brasileirão
Passagens-relâmpago
Os recentes trabalhos de Jorginho foram todos de curto prazo. Em 2017, foi demitido do Bahia após 14 jogos e rendimento de 38,1%. Em 2018, pediu demissão do Ceará após somente três partidas (e três derrotas). No mesmo ano, deixou o Vasco após dez partidas e aproveitamento de 43,33%. No Coxa, precisará apresentar resultados com rapidez.
Política interna
Jorginho não era o único nome com força para assumir o Coxa nesta Série B. Preferido por parte da torcida, Lisca também chegou a ter negociações avançadas. No entanto, atritos do técnico com o diretor de futebol Rodrigo Pastana no Paraná Clube, em 2017, esfriaram o acerto. De certa maneira, Jorginho chega com a “sombra” de Lisca e em momento de alta pressão sobre Pastana e o presidente Samir Namur.
Próximos jogos do Coritiba
- Cuiabá x Coritiba - data a definir
- Coritiba x América-MG - 27/9, às 16h30
- Paraná x Coritiba - 5/10, às 16h30
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