Ídolo do Coritiba, o meia Rafinha retornou ao clube em uma negociação rápida e, de certa forma, até mesmo fácil de ser concretizada, já que não teve intermediação de empresário.
O jogador de 35 anos deixou o Cruzeiro a sete meses do fim de seu contrato, contrariando a vontade do técnico Mano Menezes, que queria sua permanência em Belo Horizonte. Vai disputar a Série B, com a estreia dependendo do registro no Boletim Informativo Diário (BID) da CBF. Caso a inscrição seja feita até sexta (17), ele pode enfrentar o CRB na próxima segunda (20), fora de casa.
Tabela Série B 2019: Resultados, jogos, classificação
A insistência do veterano, que há algum tempo já pedia a liberação para voltar ao Coxa, foi crucial para o desfecho positivo. Antes de conseguir a rescisão mútua, Rafinha havia questionado duas vezes o treinador para trocar de ares.
Uma delas foi no fim de 2017, no logo após o rebaixamento do Coxa à Série B. O presidente Samir Namur, que estava há poucos dias no cargo, chegou a abrir negociação para contratar o camisa 7.
"Era um momento ruim, ficamos receosos de fazer um esforço financeiro que não pudéssemos fazer frente. Digo isso em tom de arrependimento. Se pudesse voltar atrás, voltaria", admitiu Namur, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (16).
Quando Rogério Bacellar ainda era o mandatário coxa-branca, em 2016, Rafinha também entrou na mira do clube. O período coincidiu com o fim do seu vínculo com o Al-Shabab, da Arábia Saudita, que defendeu depois de deixar o Alto da Glória, na metade de 2013.
Na época, porém, duas questões atrapalharam o acerto: a pedida financeira do jogador e o débito milionário do clube com o atleta e empresário.
Desta vez, Rafinha deixou de lado a questão da dívida tamanha a vontade de defender novamente o Coxa. "Em nenhum momento toquei no assunto da dívida. Só falei para a diretoria que queria retornar", afirmou o jogador.
Segundo Namur, há três processos envolvendo o jogador. O que envolve o atleta diretamente é sobre salários atrasados -- e que de acordo com o dirigente está sendo pago parceladamente. Os outros dois (intermediação da venda e direitos econômicos não repassados) seguem na Justiça.
"Estamos cumprindo [o acordo com o Rafinha], em alguns momentos atrasamos, mas faltam poucas parcelas. Ele nos deixou à vontade para falar só da contratação", esclarece o dirigente, que pretendia um contrato até o fim da gestão atual (dezembro de 2020), mas Rafinha queria um comprometimento maior.
No fim das contas, ficou acertado que o contrato vai até abril de 2021, com salário entre os dois maiores do elenco, ao lado do goleiro Wilson, que recebe na casa de R$ 150 mil. As tratativas contaram com o auxílio de um torcedor (e conselheiro suplente) do Coritiba, que se tornou amigo do jogador na primeira passagem.
"O Rafinha abriu mão do restante do contrato no Cruzeiro, no qual ganharia bem mais do que vai receber aqui. Posso estar cometendo uma injustiça com outros ídolos, mas acho que só o Alex fez algo parecido no retorno. Ele tinha boa propostas de outros clubes, é um jogador valorizado no mercado. Então temos muito a agradecer ao Rafinha", fechou Namur, que prometeu utilizar a imagem do camisa 7 em várias campanhas de marketing visando o aumento de sócios e de bilheteria no Couto Pereira.
A emoção do ídolo na volta ao Couto