Ex-técnico do Coritiba e da seleção brasileira feminina, René Simões detonou uma polêmica ao defender a volta do futebol mesmo durante a escalada do coronavírus no Brasil. Para o treinador, o retorno das equipes ao gramado serviria para combater a violência doméstica.
"Vamos discutir o futebol como fator social para ajudar as pessoas que estão em casa enlouquecendo. Eu tenho amigos aqui que já se separaram, outros já bateram na mulher, outros batem nos filhos, estão enlouquecendo. Então, se colocar futebol, pode ser que ajude", declarou Simões, 67 anos, em entrevista na última sexta-feira (26) à Rádio Central, de Campinas.
"Nós já tivemos mais de 100 jogadores brasileiros com Covid. Nenhum deles foi internado, nenhum deles foi entubado. No mundo todo, só conheço um caso que fugiu da regra, que foi o Dybala, jogador da Juventus, que foi testado positivo, 14 dias depois positivo de novo, mais 14 dias positivo de novo. Eu não tenho um caso de jogador que tenha sido internado, entubado, e porque, porque são pessoas extremamente saudáveis. E esse vírus não é para as pessoas saudáveis, esse vírus quer as pessoas que tenham alguma deficiência", complementou, ainda em contato com a Rádio Central.
Mais tarde, com a polêmica instaurada, o técnico que dirigiu o Coritiba em 2007 e 2009, e tem mais de 40 anos de experiência, foi ao seu Instagram pessoal para dizer que o "contexto" não foi o adequado.
"Lendo e escutando o que falei na entrevista à rádio Campinas. Vejo que o contexto não foi o que passava na minha cabeça. Jamais suportarei alguém que agrida uma mulher e filhos, sob qualquer circunstância. Minha intenção era dizer que o futebol poderá ajudar a desestressar as pessoas em quarentena, que estão isoladas e sob muita pressão. Jamais, e repito, jamais quis justificar que a falta do futebol seja motivo para agressões", comentou Simões.
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