O atacante Sassá jogou 83 minutos do Atletiba, na Arena da Baixada, no último sábado (12), antes de se ver no meio da maior polêmica de sua curta passagem pelo Coritiba.
Contratado no início do ano com status de reforço de peso para a temporada – e com um dos maiores salários do elenco –, o jogador de 26 anos viralizou nas redes sociais, mas não por sua atuação em campo: fotos e vídeos mostram o camisa 99 em uma festa horas depois da derrota no clássico. No local, havia convidados sem máscaras e narguilé rodando livre.
No dia seguinte, o clube primeiro confirmou o afastamento do atleta, que chegou por empréstimo do Cruzeiro até dezembro. Na sequência, o presidente Samir Namur disse que Sassá seria demitido por justa causa por não respeitar as orientações de isolamento social.
O caso está no departamento jurídico do Coxa e o atacante já não comparece mais aos treinamentos no CT da Graciosa. O empresário do avante, André Cury, disse ainda não ter sido comunicado da demissão pelo Coxa, mas adiantou que não concorda com o motivo – o que deve ocasionar uma disputa na Justiça.
Festa de aniversário pós-Atletiba "derrubou" Sassá
A polêmica festa aconteceu em uma casa em Almirante Tamandaré, de propriedade do geólogo Rômulo Augusto Baumel Filho, 53 anos. O aniversariante era o administrador Lucas Domachovski Monteiro, 27, amigo do filho do anfitrião, o laboratorista de solos Rômulo Augusto Baumel Neto, 22.
Sassá chegou por volta das 20h, acompanhado da esposa e de um amigo. O Atletiba acabou por volta de 18h30. “Aliás, ele chegou bastante desanimado. Estávamos todos desanimados. Somos todos coxas na nossa casa”, garante Baumel Filho.
"Era uma festa familiar dentro de uma residência privada. Tinham uns 23, 24 convidados”, relata.
Um dos presentes, no entanto, filmou Sassá com o celular. Foi como acender um rastilho de pólvora. As imagens do atacante na confraternização logo se espalharam nas redes sociais, fato que aumentou a irritação da torcida coxa-branca. Em um dos vídeos, o jogador pega um narguilé na mãos. Não há a gravação de Sassá fumando, contudo.
Torcedores foram até a festa ameaçar o atacante
Pouco depois, "torcedores" descobriram o endereço da festa, foram até a residência e soltaram rojões. Um bilhete com ameaças foi deixado na caixa de correio: “Estamos de olho, Sassá. Não pense que está doce”, dizia a mensagem, assinada como IAV, sigla da organizada Império Alviverde.
“Foi assustador. Todo mundo ficou assustado com os foguetes. E foi isso que ocasionou o vizinho chamar a polícia”, diz o anfitrião da festa, que não registrou boletim de ocorrência, segundo ele, por ser torcedor do Coritiba. Ninguém se machucou em razão dos fogos.
“A polícia inclusive levou meu filho para averiguações. Eles estiveram aqui dentro, viram que não tinha nada demais, que não tinha aglomeração, tudo dentro dos limites da lei”, completa Baumel Filho. A reportagem procurou a assessoria de imprensa da Polícia Militar (PM), mas ainda não obteve um posicionamento sobre o caso.
Presidente da organizada desconhece ameaças
Já o presidente da Império, Juliano Rodrigues, o Lano, disse não ter conhecimento sobre a participação de membros da organizada no caso. Mas ressalta que, na opinião dele, “quem fez não tem nossa reprovação, não. Fez o certo”.
"É um cara sem comprometimento nenhum. Perde o Atletiba e vai pra festa? Eu sou torcedor e não saio de casa depois de perder Atletiba, imagina um jogador".
Anfitrião diz que Sassá foi injustiçado
Em um áudio que foi mandado em diversos grupos de WhatsApp, Baumel Filho, afirmou que o zagueiro Thiago Heleno, do Athletico, também estava convidado para a festa, mas que não compareceu.
Questionado pela reportagem, ele negou. “Estava nervoso e errei o nome. Era outro jogador, do Coritiba também, mas que não veio”, corrigiu-se.
De qualquer forma, o dono da casa onde a festa aconteceu ressalta que, para ele, Sassá foi injustiçado com a atitude do clube de demiti-lo por justa causa.
“Não vi nada de errado, o Sassá foi injustiçado... Me senti um pouco responsável, fiquei triste pelo que aconteceu. É uma coisa muito séria, é o lado profissional, é salário, têm pessoas que dependem dele. São várias coisas que envolvem isso", opina.