Em menos de dois anos de clube, o zagueiro Sabino se tornou unanimidade no Coritiba. O jogador, emprestado pelo Santos até o fim de 2020, é destaque cumprindo suas funções defensivas, mas também tem aparecido como artilheiro, especialmente em cobranças de pênalti.
O baiano de 23 anos garante que a concentração é o segredo para tamanha frieza nas batidas, assim como ele mostrou diante do Sport, no último domingo (30), no Couto Pereira. Mas essa calma contrasta com o jeito descontraído e engraçado que só contribui para um bom clima no vestiário.
A melhora nos ânimos do clube, claro, tem relação com as duas vitórias no Brasileirão, após um início com quatro reveses seguidos. "O clima muda entre os jogadores, fica mais leve, mais descontraído. Estamos trabalhando para o clima continuar assim, alegre, divertido, com mais uma vitória contra o Botafogo", conta o zagueiro, que será titular mais uma vez no jogo desta quarta-feira (2), no Rio de Janeiro.
Confira a entrevista:
O clima mudou no Coritiba com as duas vitórias seguidas e a mudança de comando?
Estamos muito felizes por tudo que vem acontecendo nos dois últimos jogos. Tivemos uma sequência de quatro derrotas no campeonato, em alguns jogos fomos bem, mas não conseguimos sair com o resultado positivo. Mas o que importa mesmo no futebol brasileiro é vencer. O clima muda entre os jogadores, fica mais leve, mais descontraído. Estamos trabalhando para o clima continuar assim, alegre, divertido, com mais uma vitória contra o Botafogo.
Dizem que você é o cara mais engraçado do elenco, que alegra todo mundo. É verdade?
Todo baiano é engraçado, né? Nem precisa se esforçar muito para ser engraçado (risos). Mas sou um cara feliz, tenho Deus no coração, e isso traz felicidade. E tento passar essa felicidade para os companheiros. Não é fácil, alguns jogadores estão no banco, outros talvez tenham problema em casa, e não é justo chegarem aqui e me verem mal-humorado, com cara de bocó, né? Sempre tento trazer felicidade pro grupo, pra comissão. Isso deixa o clube mais leve.
Já dá para dizer que você é um especialista em cobrança de pênalti. Qual o segredo?
Concentração. Acima da técnica, é concentração. Sem concentração as coisas não vão para frente. Eu foco bastante no pênalti. Muita calma é fundamental. Comecei a cobrar no ano passado, com o Jorginho. E fiz gol na estreia dele [em 2019], contra América-MG, de pênalti também.
Você soube que seu gol contra o Sport fez a alegria de muitos apostadores? Algumas imagens viralizaram, em uma delas uma pessoa faturou mais de R$ 10 mil...
R$ 10.500! Faltou R$ 500 aí na sua conta (risos). Eu vi, cara. Vou começar a pedir comissão nisso aí (risos). Mas que bom que fiz o gol, se não fizesse também…
Após o jogo de domingo, o Jorginho disse que você tem nível para jogar na seleção. Já recebeu aquela ligação do Tite?
Ainda não, estou esperando ele me ligar (risos). Brincadeiras à parte, fico feliz de receber um elogio de alguém que é campeão mundial. Já jogou e trabalhou com vários zagueiros e fico lisonjeado por receber um elogio desses. Espero retribuir dentro de campo. Me concentrando e fazendo o que mais gosto de fazer, que é jogar futebol. Não só no jogo, mas no treinamento também, para um dia alcançar a tão sonhada convocação para a seleção.
Quem é sua inspiração para a posição?
Minha inspiração sempre foi o Juan. Ele acabou de se apresentar pelo Flamengo [em maio de 2019]. Até fiquei bolado porque não sabia que ele viria para cá [na segunda rodada do Brasileirão] e não o conheci. Sempre o acompanhei, desde o início no Flamengo, depois Bayer Leverkusen, Roma. Depois no Inter e Flamengo de novo. Quero um dia realizar o sonho o conhecer.
E entre os zagueiros em atividade?
Gosto muito de um cara que convivi, o Lucas Veríssimo. Eu conheço não somente a vida profissional, mas sei de onde saiu, o que passou, o que enfrentou para estar onde está hoje. Me inspiro bastante nele, é uma referência para mim. O Gustavo Henrique também, que hoje está no Flamengo. São pessoas que saíram do mesmo clube que eu e estão tendo êxito no profissional.
Em menos de dois anos no clube, você já criou uma grande identificação com a torcida. Você sente isso?
Fico bastante feliz por todo o carinho que a torcida vem demonstrando por mim. Estou criando uma identificação muito grande com esse clube. Desde o ano passado venho tentando construir uma carreira sólida aqui no Coritiba, deixar minha marca, deixar meu legado. Nem que seja um pequeno legado. O Coritiba é fundamental na minha vida porque me abriu as portas. Se hoje estou sendo reconhecido no cenário nacional é por que confiaram no meu trabalho. Sem contar que é um prazer vestir uma camisa campeã brasileira.
Seu contrato vai apenas até dezembro. Você acredita que consiga estender o contrato de empréstimo com o Santos até o fim do Brasileirão?
Sobre meu contrato, deixo para meu empresário resolver. Meu foco é ficar no Coritiba até o fim do Brasileiro, estendo [o contrato] porque é um clube que gosto, cidade que gosto. Mas quero que todos saibam que estou feliz no Coritiba, sou muito grato por tudo que fizeram e fazem por mim. E o quanto eu puder retribuir será pouco por tudo que fizeram e fazem por mim.
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