Desde que chegou ao Coritiba, Jorginho perdeu apenas um dos 14 jogos que comandou na Série B. O treinador de 55 anos é dos principais responsáveis pelo Coxa chegar à última rodada perto do acesso. Neste sábado (30), o time precisa apenas de um empate contra o Vitória, no Barradão, para selar o retorno à Série A.
Na curta trajetória de Jorginho o Coxa não apresentou um futebol vistoso. O próprio treinador já admitiu. Mas o time é eficiente e mais: foi nos bastidores que ele conseguiu mudar o comprometimento do grupo para a guinada da reta final.
Quando Umberto Louzer foi demitido a análise dentro do clube era que um treinador com "costas largas", como se diz na gíria do futebol, seria a solução. Era necessário um profissional que impusesse respeito no vestiário. Tetracampeão com a seleção brasileira, Jorginho encaixou perfeitamente e o presidente Samir Namur insistiu na contratação.
Nos bastidores, é evidente o respeito de Jorginho entre jogadores e funcionários. Pela carreira vitoriosa como lateral-direito, que tem marcado na memória dos brasileiros o cruzamento na cabeça de Romário, na semifinal da Copa de 94. Histórias do tetra, de alguém que foi parceiro de Zico no Flamengo, entre outras lembranças e comparações que são passadas diariamente ao elenco.
"Tenho que saber dosar. Então não posso falar só sobre mim. Mas claro que é importante eu falar sobre a minha carreira, minha experiência. Eu sou um palestrante e percebo quando as pessoas dão atenção. A forma de te olharem no olho é diferente. E eu percebo que os jogadores fazem isso. Eu vivenciei isso durante 20 anos como jogador e tenho 15 como técnico", analisa Jorginho.
Nos últimos anos, o Coxa também sofreu com a falta de um técnico disciplinador. Jogadores "medalhões" tomavam conta do vestiário e causavam problemas. Foi assim, por exemplo, há dois anos, quando do rebaixamento.
Primeiro, Jorginho teve que resolver o problema de jogadores que foram para a "balada" na noite após a derrota para o Paraná, a única sob seu comando. A bronca foi forte e os atletas só não foram afastados porque não haveria tempo hábil para reposição no mercado. Mas o recado foi claro: uma segunda vez não seria admitida. Robson e Giovanni estavam no grupo que foi ao show sertanejo, mas após o episódio os dois cresceram de produção e decidiram jogos.
O técnico também mostrou que não é refém de jogador. Rodrigão, artilheiro do time na temporada, foi para o banco de reservas. O atacante não gostou e foi avisado uma vez: quem manda é o técnico. Restando duas rodadas, o caso se repetiu e o camisa 9 não joga mais pelo clube. O recado foi claro. “Não há mais espaço no futebol profissional para jogador mediano ser tratado como estrela no clube”, foi a análise do departamento de futebol. O respeito dos atletas aumentou após o caso.
Por último, Jorginho aproveitou o prestígio que tem para levar o ex-meia Alex ao vestiário do time antes da partida contra o Bragantino. A ideia era ter alguém vencedor, com história no Coxa, para mostrar aos jogadores a importância de um acesso. Funcionou, e o Alviverde bateu o Bragantino, triunfo fundamental na caminhada.
O último capítulo será encenado numa tarde de calor no Barradão, em Salvador, na Bahia. Esperam todos os coxas-brancas, que o desfecho mostre mais uma passagem vitoriosa de Jorginho no futebol brasileiro.
Boletim sobre o Coxa direto de Salvador:
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