Em situação delicada na Série B, o Coritiba necessita de rápida reação para voltar à Série A. Permanecer fora da elite coloca o futuro do clube em risco e será um desastre para as finanças com queda brusca de receitas nas cotas de televisão. Apesar do Alviverde ter o maior orçamento da Segundona, a equipe não consegue colocar em prática dentro de campo em uma competição nivelada por baixo.
Veja cinco erros que explicam a crise instalada no Alto da Glória:
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5 - Discurso diferente da prática
O discurso afinado do presidente Samir Namur caiu por terra logo no início do mandato. O dirigente, que prometeu continuidade de treinadores, contratações efetivas e organização do departamento de futebol, fez exatamente o contrário. O Coxa já está no terceiro técnico do ano, abusou das contratações, trocou a chefia da preparação física depois de três meses e demitiu os diretores Augusto Oliveira e Pereira, responsáveis pelo departamento de futebol.
O discurso também já é outro, assim como as justificativas. Para explicar a quantidade de contratações sem sucesso, Namur diz agora que o cenário prometido foi feito durante a campanha eleitoral projetando que o Coxa não caísse para a Série B. Porém, ele manteve as mesmas falas na reapresentação do clube em janeiro e durante uma entrevista em fevereiro, o cartola disse que “o torcedor não pode esperar 12 jogadores para serem contratados para a Série B”. Desde essa declaração, 16 novos atletas chegaram.
4 - Contratações sem critério
Ainda no âmbito dos reforços, o Coritiba provou que manteve o baixo índice de acerto nas contratações assim com nos últimos anos. 19 jogadores foram buscados no mercado desde o início do ano. Nenhum se firmou. Entre eles estão nomes como o lateral paraguaio Benítez, que já deixou o clube, e o zagueiro Alan Costa e o atacante argentino Alvarenga, atualmente afastados por deficiência técnica.
Também chamam atenção as escolhas do atacante Pablo, que não marca um gol há dois anos e 10 meses (1045 dias), e do lateral Carlos César, que sofre com problemas físicos há dois anos (atuando em oito partidas neste período) e que só estreou depois de cinco meses após ter desembarcado no Alto da Glória.
3 - Aposta furada na base
O Coritiba iniciou o ano prometendo apostar forte nas revelações oriundas da base e lançou os garotos de uma vez no Estadual. Mas a campanha foi uma decepção. O clube até foi vice-campeão após vencer o primeiro turno aos trancos e barrancos. Entretanto, no geral o time conquistou apenas cinco vitórias, empatou três jogos e perdeu outras cinco. Entre as derrotas, estão os vexames para Maringá (3x1) e Foz do Iguaçu (3x0) em pleno Couto Pereira. E de todas as apostas, apenas o atacante Guilherme Parede é titular absoluto na Série B.
O clube também renovou com a maioria dos pratas da casa, entre eles atletas que estão no time de aspirantes como os laterais Marcos Moser e Léo Andrade, além do meia Kady. Só que a diretoria falhou nas tratativas com a principal joia: o atacante Gustavo Mosquito, que travou uma briga judicial com o clube e saiu de graça para o Corinthians.
2 - Eleição que não acabou
Com três chapas registradas, Namur foi eleito com 37,7% dos votos. No conselho Deliberativo, 61% das cadeiras são ocupadas por conselheiros que apoiaram João Carlos Vialle e Pedro Castro nas eleições. Com isso, ele assumiu o Alto da Glória com o desafio de unir a oposição após três anos conturbados nos bastidores com Rogério Bacellar.
Mas Namur tem feito o contrário e com frequência acusa gestões anteriores sobre as finanças do clube. Declarações que fizeram o ex-presidente Vilson Ribeiro de Andrade pedir direito de resposta para rebater o atual mandatário. Já a chapa de oposição Sangue Verde, de Vialle, pediu a renuncia de Namur na semana passada em um comunicado nas redes sociais.
1 - Planejamento inexistente
O Coritiba demorou para montar o elenco para a principal competição do ano, a Segundona. Por opção do clube, os jogadores só foram contratados às vésperas e durante a Série B sem poder encaixar e testar o time no início do ano.
A mesma demora foi vista na insistência com os técnicos Sandro Forner e Eduardo Baptista. Ambos não conseguiram fazer o time evoluir, mesmo com tempo para treinar. Mas o final foi o mesmo: eles foram elogiados pela cúpula alviverde e demitidos dias depois. Forner caiu na primeira rodada da Série B e Baptista após o primeiro jogo do returno. A aposta com prazo de validade é em Tcheco e Matheus Costa, dupla que conquistou o acesso com o Paraná em 2017.
Além disso, o clube demorou para se encerrar o ciclo de Kleber, visivelmente insatisfeito desde janeiro. Ao invés de procurar negociar o atleta enquanto ele ainda tinha mercado, o clube insistiu com o atacante no Estadual . Após baixo rendimento, lesões e uma desistência de contratação do Fluminense que manchou a imagem do jogador em abril, a rescisão saiu apenas em julho. E o clube terá que pagar R$ 40 mil ao jogador pelos próximos quatro anos.
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