A cada dia, o atletismo brasileiro afunda mais no mar de lama. E desta vez, os casos de doping chegaram até as categorias de base. Nesta quarta-feira, a Confederação Brasileira (CBAt) confirmou que a fundista juvenil Jenifer do Nascimento Silva, de apenas 18 anos, testou positivo para a substância proibida isometepteno, muito usada em analgésicos vendidos normalmente nas farmácias sem prescrição médica. Paulista de Osasco, a atleta compete pelo GR Barueri (SP) e foi punida com advertência e a desclassificação dos campeonatos.
A amostra de urina de Jenifer foi coletada no dia 12 de abril de 2009, em Uberlândia (MG), durante o Campeonato Brasileiro de Atletismo Juvenil, no qual ela venceu os 3.000m com obstáculos. A atleta foi comunicada pela CBAt no dia 14 de setembro e, no dia 17, apresentou suas justificativas, que não foram aceitas pelos dirigentes. Por ser uma "substância específica" e por ser a primeira infração de Jenifer, ela recebeu uma pena de advertência e foi desclassificada dos Campeonatos Brasileiros Juvenis.
A substância isometepteno é a mesma que causou uma suspensão de dois meses para o tenista Marcelo Melo em 2007, quando ele tomou um remédio para dor de cabeça durante o ATP de Queen's.
Entre atletas e profissionais de comissões técnicas, já são 15 pessoas envolvidas com doping no atletismo brasileiro só em 2009. O caso de Jenifer vem à tona um dia depois da divulgação de três casos de doping envolvendo saltadores. Leonardo Elisiário, do salto triplo da equipe Rede, testou positivo para o uso do anabolizante stanozolol. João Gabriel Santos, do salto com vara e da BM&F, foi pego com uma combinação das substâncias boldenona e exemestane, raramente detectadas, que só aparecem em exames se forem injetadas. Segundo uma emissora de TV, Fernanda Gonçalves, dos saltos triplo e em distância e também da BM&F, testou positivo para a mesma combinação.
Os casos seguem se atropelando e afundando a imagem do atletismo brasileiro. Em agosto, a Confederação anunciou que cinco atletas do clube Rede foram flagrados por uso de eritropoietina recombinante (EPO), uma substância que estimula a produção de energia aeróbica. Bruno Tenório, Jorge Célio Sena, Josiane Tito, Luciana França e Lucimara Silvestre abriram mão da contraprova e foram suspensos preventivamente.
Os técnicos Jayme Netto e Inaldo Sena também foram suspensos até o julgamento pelo Superior Tribunal de Justiça da entidade, ainda sem data marcada. Jayme era treinador de Bruno Tenório, Jorge Célio Sena e Lucimara Silvestre. Os outros atletas eram treinados por Inaldo. Jayme assumiu a culpa, mas disse que foi orientado pelo fisiologista Pedro Balikian.
Depois de ouvir depoimentos, a CBAt suspendeu Evelyn dos Santos e Rodrigo Bargas, embora eles não tenham testado positivamente para substâncias proibidas.
No último dia 17, a CBAt divulgou que o arremessador de peso Marcelo Moreira foi suspenso provisoriamente após sua urina ter acusado o uso da substância proibida mefentermina. Em 2006, o atleta já tinha sido pego no antidoping pela mesma substância.
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