Hockenheim, Alemanha (Folhapress) Fernando Alonso subiu ontem ao alto do pódio de Hockenheim e demorou a descer. Não saiu nem quando Juan Pablo Montoya e Jenson Button, que lhe faziam companhia mais abaixo, deixaram seus degraus para despejar champanhe nos mecânicos.
Jorrou a bebida sobre si mesmo. E lá ficou, até ser chamado para as entrevistas coletivas obrigatórias. Abraçou então o chefe, Flavio Briatore, e disse, em italiano: "Perfetta, perfetta, perfetta".
Uma tarde perfeita. Uma corrida perfeita. Uma combinação de resultados perfeita. Que deixaram o espanhol em condições de ser campeão mesmo que, nas sete provas que restam, não vá mais ao local que tanto curte: o pódio.
Com a vitória no GP da Alemanha, o 12.º do Mundial, ele abriu 36 pontos para o vice-líder, Kimi Raikkonen que largou na pole e abandonou a prova de forma dramática. Assim, mesmo que o finlandês ganhe todas daqui para a frente, bastará ao espanhol chegar em quarto nas sete corridas para ser campeão.
Mais: Alonso tem chances matemáticas de se sagrar campeão já daqui a duas provas, na Turquia. Foi a sétima vitória do piloto da Renault, a sexta na temporada. E, certamente, a mais inesperada.
"Foi uma surpresa deliciosa. Mas um GP dura 70 voltas, não adianta ser o mais rápido até a metade", disse Alonso, tripudiando sobre seu suposto rival.
Suposto. Porque Raikkonen, mesmo que tente, não consegue ameaçá-lo no Mundial de Pilotos. Em Hockenheim, a McLaren dominou todos os treinos. Raikkonen foi pole e, ontem, manteve a ponta na largada, à frente de Alonso e Michael Schumacher.
O finlandês disparou. Com dez voltas, sua vantagem para o espanhol era de 3s869. Com 20, de 8s459. Tudo indicava uma vitória tranqüila.
Até que, na 36.ª volta, o piloto foi novamente traído pelo carro. Vítima de uma pane hidráulica, não teve outra alternativa a não ser parar.
Alonso herdou a liderança, seguido por Schumacher e Button. Um pouco atrás, Montoya dava espetáculo. Saindo da 20.ª e última posição no grid, chegou em segundo.
Coincidência ou gesto pensado, assim que deixou o carro Schumacher fez algo incomum: foi ao meio da pista acenar para a torcida. Caso se aposente no fim do ano, o GP de hoje terá sido o último dele diante de seu público.
Simultaneamente, a não mais que 50 metros Alonso subia no carro e usava as duas mãos para sinalizar as seis vitórias no ano.
Foi a imagem da passagem de bastão. O sucessor está eleito. É só questão de tempo. Não de pódio.
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