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Caso seja comprovado que houve contaminação de resultados por arbitragens corruptas no Campeonato Estadual deste ano, a Federação Paranaense de Futebol (FPF) pode se ver obrigada a revogar esse regional – o 21.º vencido pelo Atlético.

Tal possibilidade – vista ainda como remota e extrema – não foi descartada pelo Tribunal de Justiça Deportiva. "Se realmente houver sinal de manipulação dos jogos, algo que comprometeu o resultado final, podemos sim rever a homologação da competição", garante Bortolo Escorsim, presidente do TJD-PR.

Essa hipótese ganhou força após as suspeitas de fraude levantadas pelo auditor do chamado "mensalão do apito" no sorteio da Série Ouro. Otacílio Sacerdote Filho admitiu achar estranho algumas coincidências na escala, sobretudo por envolver juízes sob suspeita.

Ele citou como exemplo o fato de Carlos Jack Rodrigues Magno ter apitado os dois clássicos envolvendo Paraná e Coritiba no Paranaense-2005 – ambos com vitória coxa-branca. Citou ainda como "muita sorte" Sandro da Rocha (em quatro rodadas que trabalhou) aparecer em três partidas da Adap – inclusive na eliminação do time de Campo Mourão.

Mas apenas um clube garante que vai se insurgir diante desse fato: o Engenheiro Beltrão – que foi rebaixado ao lado do Império.

Osires Nadal, advogado da equipe do noroeste, promete protocolar ainda hoje um pedido de anulação de todas as partidas mediadas pelos cinco árbitros apontados como prováveis membros do grupo. "Sabemos que há uma predisposição do judiciário neste sentido. Há suspeitas de corrupção e não se pode sobrepor a fraude em relação ao direito", argumenta ele.

Mas a única associação a se rebelar também está na mira das investigações. Na Segundona de 2004, há indícios de favorecimentos para o Engenheiro e Império (ambos subiram). E justamente a confirmação desse esquema abriria outra brecha jurídica para se passar uma borracha na última edição. "Se isso aconteceu, é óbvio que trará repercussão", antecipa Sacerdote Filho.

O primeiro sinal se a empreitada do Engenheiro Beltrão pode surtir efeito será dado no julgamento marcado para quinta-feira à noite, no Tribunal. Através de um recurso, a associação espera reverter a queda com base em dois argumentos garantidos pelo Estatuto do Torcedor.

1) Aboliu-se o Torneio da Morte, passando por cima do calendário bienal; 2) Da relação com a arbitragem esportiva, pois a própria FPF optou por afastar diretores e apitadores denunciados. "Diante dessa atitude, passo a acreditar que as acusações feitas até agora não são infundadas", avalia Luiz Linhares, presidente do time requerente.

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