Cortesias e filas irritam os mexicanos

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O que era propagado como a principal qualidade do Pan de Guadalajara, a adesão do público, se transformou na polêmica do evento: os "buracos" nas arquibancadas de algumas disputas no Pan do Rio-2007 se repetem no México, apesar das grandes filas nas bilheterias.

O diretor de comercialização do Comitê Organizador (Copag), Horacio de La Vega, diz que no fim de semana foram vendidos 62 mil ingressos. Até a cerimônia de abertura, na sexta-feira, estimava-se que entre 75% e 80% já estavam na mão do público. Para alguns esportes, como as finais da ginástica rítmica, basquete e natação, se esgotaram antecipadamente.

"Está uma confusão. Na segunda-feira fomos ver o Brasil vencer Cuba e tinha muito lugar sobrando. Uma vergonha para um clássico do vôlei. Para o jogo seguinte, [entre México e EUA], mesmo com ingresso na mão, tivemos de sair e entrar de novo. Perdemos um set inteiro", contou a secretária Mônica Martinez, da cidade mexicana de Gomez Palacio.

As autoridades dizem que várias pessoas compraram o ingresso pela internet e simplesmente não foram ao evento, e que muitos lugares tiveram de ser reservados para a imprensa.

Há ainda uma cota destinada ao que os organizadores chamam de "família Pan-Ame­­ricana". Ela inclui convidados ilustres, como o presidente do México, que assistiu a provas do tae kwon do e da ginástica rítmica, além de atletas, detentores dos direitos de transmissão e patrocinadores, que não teriam distribuído suas cotas.

Uma das opções para acabar com os lugares vazios seria liberar a entrada do público, gratuitamente, até a capacidade ser atingida. A possibilidade gerou filas de pessoas sem ingresso e mais insatisfação ainda de quem não entrou.

Outra fila se formou ontem pela manhã para a compra dos ingressos da cerimônia de encerramento, no dia 30. Mas ninguém da bilheteria sabia informar se a venda já estava autorizada. "É o terceiro dia que venho aqui e me dizem para voltar no seguinte", reclamou a advogada Madalena Cabral.