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"O que é bom a gente fatura, o que é ruim a gente esconde". A frase que derrubou Rubens Ricupero, ministro da Fazenda do governo Itamar Franco, em 1994, resume a relação que o Coritiba pretende estabelecer com os resultados de Náutico e América-RN, amanhã, contra Ituano e Santo André, respectivamente, decisivos para manter o time do Alto da Glória com chance de disputar a Série A de 2007.

Se no intervalo ou durante a partida contra o Gama, no Mané Garrincha, os placares do Timbu e do Diabo forem favoráveis, a comissão técnica fará a notícia chegar o mais rápido possível aos jogadores, como forma de motivar o Coxa.

Contudo, caso os alvirrubros nordestinos estejam vencendo, será feito tudo para evitar que a má notícia chegue aos ouvidos do time. Os comentários no intervalo se resumirão às orientações táticas de Paulo Bonamigo. Sobre o restante da rodada, nenhuma observação. Nada que atrapalhe ainda mais o emocional do elenco.

"Não temos por hábito fazer isso (informar o resultado dos outros jogos). Na verdade os jogadores ficam sabendo das outras partidas pelo placar eletrônico dos estádios. Mas é lógico que se for nos ajudar, iremos rever essa postura", afirmou o supervisor de futebol, Odivonsir Frega.

A artimanha não é nova no Alto da Glória. Expediente semelhante foi usado em outras duas ocasiões, com 50% de aproveitamento. Surtiu efeito no triunfo de virada sobre o Paysandu (3 a 1) há dez dias, mas deu errado na derrota perante o líder Atlético-MG (3 a 2), na rodada passada.

"É claro que faremos isso. Já pensou no caso do nosso jogo estar 0 a 0 e os outros perdendo? Quer motivação maior?", disse Bonamigo, cujo semblante, uma mistura de surpresa e contrariedade, entrega a resposta para a questão inversa, de o time terminar o primeiro tempo fora da Série A.

"Aconteceu contra o Paysandu. Soubemos da vitória da Portuguesa sobre o Paulista no intervalo e nos empolgamos", reforçou o zagueiro Leandro.

Frases motivacionais à parte, os coxas-brancas torcem agora para a equipe não ter o mesmo fim de Ricupero. Flagrado pelas câmeras de televisão que julgava estarem desligadas, o ex-ministro perdeu o cargo no governo. O lado ruim que não ficou tão bem escondido.

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