Voltando da seleção brasileira, o zagueiro coxa-branca Emerson se destacou em Florianópolis, parando o veloz ataque do Figueirense| Foto: Alvarélio Kurossu / Dário Catarinense

Opinião

Rafinha faz falta

Adriana Brum, repórter

O empate por 0 a 0 com o Figueirense confirmou duas situações: a falta que Rafinha faz à equipe e a boa fase dos zagueiros Emerson e Luccas Claro, justificando suas convocações para as seleções nacionais principal e sub-20, respectivamente. Ontem, no Orlando Scarpelli, o time comandado por Marcelo Oliveira abusou dos erros de passe. Até aí, pode-se colocar na conta do nervosismo, da pressão pela vitória, ainda mais sendo fora de casa. Mas faltou mais atrevimento para voltar e consertar o erro, forçar mais a marcação. Algo que Rafinha faz muito bem quando está em campo.

O técnico Marcelo Oliveira repetiu o discurso de que o time jogou bem, mas não aproveitou as finalizações. Mas o Figueirense foi ligeiramente melhor: também não marcou, mas deu mais trabalho. E Marcos Aurélio? Escondido na partida, jogou até a metade do segundo tempo. Se o próprio Marcelo Oliveira afirmou que o atacante costuma não ir tão bem como visitante, por que insistir?

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Sem gols e já sem muitas expectativas no Brasileiro. O empate por 0 a 0 do Coritiba com o Figueirense, neste domingo (2), em Florianópolis, esfriou os ânimos do Alviverde de classificação para a Libertadores. Com o resultado, o Coxa chega a 37 pontos -- mesma pontuação do Figueirense e a 7 do Fluminense, o quinto colocado que fecha o grupo da Libertadores.

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Assim, também sem correr nenhum risco de rebaixamento, o Coritiba passa a ser notícia fora de campo. O foco nesta semana está voltado para a possibilidade de o clube, com a ajuda de parceiros, comprar o terreno do Estádio Pinheirão. Passo inicial de uma futura mudança de endereço.

Nesta quinta-feira (6), o estádio da Federação Paranaense de Futebol (FPF) irá a leilão para sanar as dívidas da entidade. Com pressa para evitar entregar o complexo via Justiça, o presidente da FPF, Hélio Cury, quer fechar com uma das duas propostas existentes antes de o martelo ser batido daqui a três dias.

A primeira é justamente a que envolve o Coritiba: uma construtora está interessada em pagar à vista pela área para erguer um novo estádio no bairro Tarumã. Em troca, o clube cederia o Couto Pereira como pagamento para a nova morada. A segunda é de uma empreiteira que quer criar uma arena multieventos e ceder à Federação os lucros do empreendimento.

Por acreditar ser pouco provável que as duas empresas entrem em concorrência no leilão, cujo lance de partida deve girar em torno de R$ 60 milhões, a intenção de Cury é fechar a negociação nos próximos dias – a dívida da FPF é estimada em R$ 60 milhões.

No domingo, após o insosso empate em Santa Catarina, técnico e jogadores seguiram o discurso das últimas rodadas: ainda é possível, ao torcedor sonhar com um mundo ideal em 2012. E a chave, de acordo com os coxas-brancas, seria justamente um dos coadjuvantes da negociação extracampo, o Couto Pereira. "Pontuar 100% dentro de casa acho que é difícil, mas é possível. Temos de mudar [o rendimento] fora", diz o técnico Marcelo Oliveira, repetindo o bordão antigo – e por ora sem sucesso – de ganhar pontos como visitante.

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"Tem muita gente falando que perdemos dois pontos. Mas cada ponto será importante e o conquistado hoje [ontem] ainda vai fazer a diferença", projeta Leandro Donizete, sem muita convicção.

Passes errados

Após a partida, os jogadores do Coritiba creditaram aos erros de passe a falta de gols em Santa Catarina. Estatisticamente, o time acertou 86% deles (equivalente a 274 passes), enquanto o Figueirense foi bem em 90%. Mas as 43 falhas coritibanas no fundamento geraram os principais ataques do adversário. "Isso proporcionou contra-ataques", disse o meia Tcheco.

"Erramos muito, coisa que é difícil acontecer. Temos de ter um aproveitamento melhor", emendou o atacante Bill.