Não deu. O Coritiba tentou, lutou muito, mas está fora da Copa do Brasil. O time sequer conseguiu marcar um dos três gols que precisava para seguir na competição. O 0 a 0 de ontem, no Couto Pereira, cortou o embalo da torcida, entusiasmada com a goleada sobre o J. Malucelli (4 a 1), resultado que garantiu a equipe nas semifinais do Paranaense. A partir de domingo, o Alviverde começa a brigar com a Adap por uma vaga na final do Estadual.
Apesar da comemoração e dos problemas, que não são poucos o time carece urgentemente de mais qualidade , houve uma pequena evolução. Pelo menos de ordem tática.
Diferentemente do período Márcio Araújo, o Coxa já tem uma cara, um jeito de jogar. Há quatro partidas à frente do Alviverde, Estevam Soares moldou o time à sua imagem e semelhança. E o duelo de ontem contra o Timbu ilustra bem a filosofia "esteveniana".
Estevam é um cara agitado, aguerrido e participativo. O ex-zagueiro só não entra em campo porque é proibido. De resto, ele faz de tudo dali mesmo da área técnica. Orienta, xinga, corre atrás da bola e grita, grita muito. Tanto que já virou rotina o treinador ficar afônico ao fim dos 90 minutos.
Instruído e incentivado pelo comandante, o Coritiba entrou em campo elétrico, bem no estilo mata-mata. Não tinha bola perdida. Quando não dava na técnica (e a técnica resolveu não comparecer ao Alto da Glória), ia na raça mesmo. Mas a boa vontade coxa-branca não durou 15 minutos e logo esbarrou na retranca nordestina. Sentado no regulamento que lhe permitia perder até por um gol ou dois de diferença cada vez que balançasse a rede no território inimigo , os permambucanos abusavam do antijogo.
Cada bola parada era um motivo diferente para o Timbu ganhar tempo. Um lateral demorava às vezes longos dez segundos para ser cobrado. Qualquer falta dos coritibanos era seguida por uma longa encenação. E por ásperas reclamações contra arbitragem. Tudo com a complacência de Elvécio Zequetto e do próprio Coritiba, que acomodado, não soube se desvencilhar da teia armada pelo Náutico.
A rigor, exceção a uma bela tabela entre Guaru e Jéfferson no primeiro tempo e um gol também de Jéfferson bem anulado na etapa complementar, o Alviverde não incomodou o goleiro Rodolpho.
Mas seria injusto culpar a catimba alvirrubra pela desclassificação coxa-branca. A verdade é que o time não mereceu seguir na Copa do Brasil. Especialmente pelo o que a equipe (não) produziu no Recife. O triunfo por 2 a 0 do Náutico nos Aflitos praticamente selou o destino alviverde no torneio. "Fizemos a diferença dentro de casa", definiu, com sabedoria, o técnico Roberto Cavalo. Restou o Paranaense.
Em Curitiba
Coritiba 0Artur; Wilton Goiano (Anderson Gomes), Índio, Henrique e Fabinho; Márcio Egídio, Rodrigo Mancha, Jackson e Guaru (Renan); Eanes (Vinícius) e Jéfferson.Técnico: Estevam Soares.
Náutico 0Rodolpho; Pedro Neto, Breno, Leandro e Edu Silva (Ademar); Tozo, Flávio, Nildo (Alexandre) e Danilo; Netinho e Betinho (Diego).Técnico: Roberto Cavalo.
Estádio: Couto Pereira. Árbitro: Elvécio Zequetto (MS). Amarelos: Henrique, Fabinho, Márcio Egídio e Jackson (C); Breno, Edu Silva, Flávio e Netinho (N). Vermelho: Jéfferson (C). Público: 7.729 pagantes (8.635 total).Renda: R$ 66.960,00.
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