Um dos maiores ídolos do Coritiba, o ex-jogador Dirceu Krüger encontrou na noite desta terça-feira (23) Ernani Cartaxo Neto. Há 41 anos, quando o Flecha Loira estava internado no Hospital Cajuru, após romper as alças intestinais em um partida contra o Água Verde, o torcedor coxa-branca, hoje com 49 anos e que na época tinha apenas 8, enviou uma cartinha com mensagem de apoio ao jogador. E apoio era o que Krüger mais precisava naquele momento.
Após se chocar com um jogador do Água Verde, Krüger ficou 70 dias internados. Destes, uma semana em coma. A gravidade do ferimento era tamanha, que até um padre foi chamado para dar a extrema unção ao ponta-de-lança. "Naquela época eu recebia muitas cartas. Mas nesse período que fiquei internado, recebi o dobro de correspondências. Só que não tinha condições de ler e muito menos de responder porque eu estava na cama e não sabia o que ia acontecer comigo", afirma o ex-jogador.
Uma dessas cartas foi escrita pelo então menino Ernani, à época com 8 anos, que pediu para a mãe levar a correspondência ao hospital. O encontro do torcedor com o ídolo, promovido pelo clube, foi no Memorial do Estádio Couto Pereira.
Krüger não conhecia o remetente da carta que encontrou há poucos dias, enquanto mexia em objetos pessoais. Mas Cartaxo, hoje comerciante, relembra de um encontro que teve com craque, também ainda criança, poucos anos após enviar a carta.
Sem ingresso para assistir a uma partida contra o Colorado, Cartaxo foi barrado na entrada do Couto. Ao avistar o jogador chegando ao estádio, pediu a ele para entrar no campo, no que foi atendido. "Era tanta criança que me pedia que não me recordo mesmo", justifica, Krüger do fato que nunca mais saiu da memória do comerciante.
Cercados por imagens, camisas e troféus da história alviverde, Krüger leu emocionado a carta, guardada por mais de quatro décadas. "É um momento fantástico, marcante da minha vida. Aquela, como muitas outras cartas, me ajudaram na recuperação. Tenho certeza", disse o ex-jogador.
Durante a leitura da mensagem, escrita em 16 de abril de 1970, Ernani relembrou detalhes daquele dia em que a mãe, Celina, ajudou o filho a se comunicar com o ídolo coxa-branca. "Era eu chorando o dia todo por causa da lesão do Krüger. Então minha mãe descobriu em que hospital ele estava internado. Ela me ajudou a escrever a carta porque sabia que o Krüger era o herói da minha infância", lembra.
No encontro no memorial, Krüger não devolveu a carta a Ernani. Guardou-a como relíquia dentro da carteira. Mas, em troca, o comerciante ganhou uma camisa do Coxa autografada pelo ídolo da infância. "É Pelé no Santos, Zico no Flamengo e Krüger no Coritiba", compara Ernani.
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