Justiça pressiona diretoria

A atual diretoria do Coritiba tem até amanhã para fornecer a lista correta de pessoas aptas a votar na eleição do clube. Uma liminar obtida ontem, na 8.ª Vara Cível de Curitiba, obriga Giovani Gionédis a entregar à oposição além dos nomes de todo o colégio eleitoral do Coxa, também o endereço e o telefone de cada pessoa que fizer parte dele, como determinam as regras do pleito.

A publicação da relação deveria ocorrer no dia 16, sexta-feira passada. Mas a lista fornecida pelo atual conselho administrativo continha sócios demais (inclusive pessoas já falecidas) e apenas nomes.

"Como uma chapa de oposição conseguirá angariar seus votos assim?", pergunta Jair Cirino, candidato do grupo Amigos do Coxa. Pelo transtorno – a oposição deverá receber a lista correta com nove dias de atraso –, Cirino estuda pedir o adiamento da eleição, marcada para o dia 16 de dezembro. A argumentação seria a de que, só assim, seriam mantidas as condições de igualdade entre os concorrentes. (MR)

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O Coritiba enviou ontem uma carta ao Ministério Público Estadual para explicar o que motivou o clube a vender para o confronto contra o Marília, na sexta-feira passada, mais bilhetes do que o permitido pelo laudo do Corpo de Bombeiros. Na partida, 38.689 torcedores compraram ingresso. No total, 43.649 pessoas estiveram presentes no estádio. A capacidade liberada para o Couto Pereira seria de 35.759. Mas na argumentação do clube ao MP, o que ocorreu foi apenas um mal-entendido.

De acordo com o presidente Giovani Gionédis, quando o estádio foi todo numerado, em 2003, a quantidade máxima de torcedores pagantes acabou fixada em 40.115 pessoas. Com a colocação de cadeiras no setor da Mauá, contudo, o Alviverde teria enviado um documento aos Bombeiros, no dia 30/6/2005, informando "que o número de lugares passaria para 35.759 naquele momento e 38.743 com os lugares a incluir. Lugares cujos espaços já existiam, apenas faltando algumas providências como pintura, marcação e numeração".

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Tal documento, anexado à carta, provaria que o Coritiba teria vendido menos ingressos do a capacidade total do Couto.

"Colocamos à venda 38.700 (bilhetes). O restante das pessoas estava a trabalho", explica Gionédis. "Já colocamos mais de 50 mil pessoas sem nenhum comprometimento da segurança para o torcedor. A marcação dos nossos lugares, inclusive, foi feita com medida maior do que determina a Fifa", acrescentou.

O promotor encarregado do caso, João Henrique Vilela da Silveira, confirmou o recebimento das explicações, mas afirmou que o MP só deverá se pronunciar sobre o caso na segunda-feira. Em caso de denúncia, o órgão deve utilizar como base o Estatuto do Torcedor, que prevê como punição a perda do mando de campo do clube por meio ano.

Outra preocupação para o Coritiba deverá ser com o STJD. O procurador-geral do Tribunal, Paulo Schmitt, só está esperando o borderô da partida e o laudo do estádio que está com a CBF para denunciar o Coxa por descumprir o Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) no artigo 233.

A pena é mais branda, chega no máximo a R$ 10 mil. Mas uma eventual condenação seria anexada ao processo na Justiça Comum. "Além do laudo e do borderô, há toda a confusão causada pelo excesso de gente", afirma Schmitt.

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Segundo Gionédis, o mesmo documento enviado aos Bombeiros teria sido mandado à CBF, na mesma época. "Ele é o procurador e tem a função de acusar. Só acho que Schmitt tem coisas muito mais sérias para se preocupar do que com a capacidade do Couto Pereira", disse.