Opinião
Empate insosso e amargo
Henrique Moretti, repórter, especial para a Gazeta do Povo
O Coritiba completou três jogos sem perder pela primeira vez nesta Série A, mas não saiu de Florianópolis com muita coisa para comemorar. Em campo, a equipe esteve muito recuada, apesar da escalação ofensiva, o que obrigou o goleiro Édson Bastos a trabalhar bastante. Ameaças ao Avaí só vieram em contra-ataques: em um deles, Anderson Aquino acertou a trave; em outro, Marcos Aurélio finalizou para fora.
Para piorar, Marcelo Oliveira ainda perdeu o volante Leandro Donizete e os laterais-direitos Jonas Maranhão todos suspensos para o clássico com o Atlético, no próximo sábado. Se o técnico optar por improvisar Gil na ala, perderá um possível substituto para Donizete Willian e Djair, os outros volantes do elenco, seguem em tratamento de pubalgia e ainda não sabem se poderão jogar.
Como se não bastasse, o Botafogo ainda venceu na rodada, deixando o Coxa mais longe da sonhada Libertadores. A distância do Alviverde para a zona de classificação ao continental subiu de quatro para seis pontos. Por isso, vencer o arquirrival em casa se tornou uma obrigação.
Os jogadores do Coritiba reclamaram do frio, do vento e do gramado ruim do Estádio Ressacada. Mas foi o meia Tcheco quem melhor definiu o motivo da apatia alviverde no empate por 0 a 0 com o Avaí: o grande número de jogadores pendurados antes do Atletiba do próximo sábado. Apesar da precaução pré-clássico, o volante Leandro Donizete e os laterais Jonas e Maranhão levaram o terceiro cartão amarelo, desfalcando o time.
"O jogo está com o freio de mão puxado, não é esse o ritmo que a gente impõe fora de casa", analisou Tcheco, ainda no intervalo do confronto. "Mas não é por causa do frio, não. É um pouco de preocupação com os cartões, com o clássico."
A ausência de Leandro Donizete é bastante significativa. O volante, que passou dois meses se tratando de uma lesão na panturrilha, não participou de dez partidas no Campeonato Brasileiro. No período, o aproveitamento do Coritiba não passou dos 33,3%, com quatro vitórias, cinco derrotas e um empate. Reforçado por seu principal marcador no meio-campo, o índice sobe para 50%, com três vitórias, três empates e duas derrotas.
"Queria muito jogar o Atletiba, mas estava vivendo aqui e não tem como evitar", lamentou Donizete, amarelado no primeiro tempo. Durante o ano, Willian se acostumou a substituir o experiente jogador, mas o prata da casa sofre com uma pubalgia e não está garantido no clássico a mesma lesão vem atrapalhando o também volante Djair. Outra opção para o setor seria Gil, porém este é sério candidato a ser improvisado na lateral direita, já que tanto Jonas quanto Maranhão, suspensos, não ficarão à disposição.
Depois da vitória por 3 a 2 sobre o Santos, na última quarta-feira, o Coritiba levou oito jogadores pendurados para Santa Catarina Édson Bastos, Émerson, Jéci, Leonardo e Tcheco conseguiram evitar o cartão.
Com o 0 a 0, o Alviverde completa três partidas seguidas sem perder, algo inédito nesta Série A. O resultado, porém, afastou a equipe da zona de classificação à Libertadores. "O Avaí veio para cima, deu espaço e perdemos dois contra-ataques. Claro que queríamos a vitória, mas não podemos desprezar o empate", comentou Édson Bastos.
Vestiário
O empate do Coritiba diante do Avaí, ontem, além de não trazer os tão esperados pontos fora de casa, causou preocupação na equipe do técnico Marcelo Oliveira, que não poderá contar com três atletas. Os laterais Maranhão e Jonas e o volante Leandro Donizete estavam pendurados e receberam cartão amarelo na Ressacada. Eles não poderão jogar o Atletiba de sábado.
Porém, com uma semana livre para os treinos, o comandante do Coxa quer testar novas possibilidades. Na lateral direita, são duas as opções. "Em princípio, o Gil e o Willian Leandro, mas a gente tem um tempo para pensar e trabalhar. Temos essa semana para analisar bem no treinamento como eles vão se sentir e de repente criar uma situação nova. Mas em princípio seria isso", afirmou o treinador.
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