O Coritiba venceu no Alto da Glória, mas acabou eliminado nos pênaltis pelo Vitória, da Sul-Americana
FICHA TÉCNICA: Confira a ficha técnica e os lances de Coritiba x Vitória
O Coritiba venceu o Vitória por 2 a 0 nesta terça-feira (25), no estádio Couto Pereira, mas mesmo assim foi eliminado da Copa Sul-Americana. Apesar de ter sido valente durante o tempo normal, conseguindo reverter a complicada vantagem obtida pelo adversário no jogo de ida (2 a 0), o Alviverde esbarrou nos pênaltis. Jéci "caprichou" demais e acabou chutando para fora a chance de o seu time seguir na luta pelo sonhado título internacional no ano do centenário.
Abatidos, os jogadores tentaram explicar o resultado ao final da partida. Unânimes, exaltaram o poder de reação da equipe, mas lamentaram o frustrante resultado final. Marcelinho abriu o placar para o Verdão e Renatinho marcou o segundo. Embora tenha tido um primeiro tempo apagado, Marcelinho cresceu de produção e foi determinante na vitória.
"O time fez tudo certo. Conseguimos os gols. Buscamos o terceiro para evitar os pênaltis, mas não conseguimos. Infelizmente pênalti é loteria. Assim como o Jéci foi infeliz, qualquer um de nós poderia ter perdido", disse o camisa 9, que por pouco não teve a cobrança defendida por Gléguerr.
Donizete tentou manter a empolgação do torcedor, que mesmo após a eliminação aplaudiu o time. "Temos o Brasileiro inteirinho pela frente, e se jogarmos com esse espírito todas as vezes, a situação será diferente, com certeza".
Agora o Vitória enfrenta o vencedor de Blooming, da Bolívia, e River Plate, do Uruguai. Pelo Brasileirão o Coxa volta a campo no sábado (29), a partir das 18h30, contra o Avaí, no estádio Couto Pereira. O Vitória recebe o Cruzeiro, também as 18h30, mas no domingo (30)
O jogo
A primeira chance de gol para o Coritiba surgiu aos 9 minutos. Não exatamente pelos pés de um de seus jogadores, mas não fosse a elasticidade de Gléguer, as redes fatalmente balançariam. Rodrigo Heffner mandou para a área e Fábio Ferreira tentou o corte, mas pegou mal e chutou contra sua própria meta. O goleiro da equipe baiana se esticou todo e no tapinha evitou o primeiro gol coxa.
Aos 12 minutos aconteceu o lance que poderia mudar o rumo da partida ainda no primeiro tempo. Após receber um grande lançamento dentro da área, Marcos Aurélio domina e na hora do arremate recebe entrada criminosa do goleiro Gléguer. O árbitro, que certamente daria pênalti, resolveu atender a um chamado do seu auxiliar e marcou impedimento no lance. O problema é que o atacante estava em condição legal.
"O Marcos Aurélio não estava impedido naquele lance e poderíamos ter feito o gol. Mesmo assim vamos continuar tentando. Temos mais posse de bola, mas a equipe do Vitória veio bem fechada, como esperávamos", disse o volante Pedro Ken. Do lance anterior, como consolo, o goleiro do Rubro-Negro baiano foi advertido com cartão amarelo.
Mudança para mudar
Vendo as dificuldades que o time enfrentava para conseguir trabalhar as bolas pelos lados, o técnico Ney Franco se antecipou e promoveu uma modificação na metade do primeiro tempo. No lugar de Rodrigo Crasso, o meia Renatinho ganhou a incumbência de atacar pela esquerda, com Marcos Aurélio jogando na direita e Ariel centralizado. Marcelinho Paraíba flutuava nas costas dos volantes adversários. Heffner foi recuado para atuar como terceiro zagueiro e Pedro Ken foi adiantado.
O time alviverde melhorou e criou boas chances. Com Marcos Aurélio, emendando de primeira um belo cruzamento de Pedro Ken, o gol quase saiu aos 32 minutos. Aos 33, Renatinho invadiu a área e foi deslocado pelo jogador Vanderson. O árbitro, mais uma vez, nada marcou, para desespero do torcedor.
O Vitória, embora não criasse muito perigo, tentava o gol que lhe daria ainda mais conforto na luta pela classificação. Sempre com bom Neto Berola, a equipe baiana tentava abrir o marcador. Na melhor das chances criadas, o atacante deixa Pereira na saudade, invade a área e toca com a ponta da chuteira, vencendo o goleiro Vanderlei, mas mandando pela linha de fundo.
Só deu Verdão no 2º tempo
Para o tempo final as equipes voltaram iguais, mas logo Ney Franco escalaria Márcio Gabriel para dar ainda mais ofensividade ao time pelo lado direito, já que Marcos Aurélio já não rendia como antes.
Antes disso, logo aos 2 minutos, Marcelinho Paraíba entrou no jogo. Não que ele tenha sido chamado pelo técnico para substituir alguém, mas sim porque após um primeiro tempo sem aparecer, ele fez jus à fama de jogador decisivo. O meia recebeu a bola de frente para o gol, abriu espaço e bateu colocado, com categoria, no canto direito e nas redes do goleiro Gléguer, abrindo o marcador para o Coxa.
O jogo ganhou novo ritmo e vida. O gol acordou não só a torcida, como o próprio time em campo. O Coritiba partiu para cima e exatamente dez minutos depois fez o gol que lhe garantiria a chance de buscar a classificação nos pênaltis. Marcos Aurélio chutou cruzado da direita e Gléguer fez grande defesa. Na sobra, Renatinho bateu no chão,a bola subiu e desviou ainda em Apodi, antes de matar o goleiro e morrer nas redes.
Depois do revés, o Vitória acordou. Vagner Mancini tentou dar mais fôlego a seu time trocando um ala por outro. Ney Franco escalou Leozinho e ganhou mais agilidade. Nenhuma das mudanças surtiu o efeito esperado e a decisão foi para os pênaltis.
"Capricha, que depois é com o Vanderlei"
Com essa frase o técnico Ney Franco passou confiança a seus comandados, pouco antes das cobranças. Marcelinho, Heffner e Renatinho cumpriram as ordens pelo Coritiba. Jeci não, batendo para fora. Carlos Alberto, Leandro Domingues, Magal, Apodi e Roger garantiram a classificação do time baiano.
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