Davi comemora o segundo gol alviverde, quando o Coritiba dominava o jogo. Mas, na etapa complementar, teve de contornar o susto de sofrer o empate em dois minutos| Foto: Pedro Serápio/ Gazeta do Povo

Opinião

Mesmo perdendo toneladas de gols, Bill comprova que é útil ao time

Fernando Rudnick, repórter

A atuação de Bill, ontem, no Couto Pereira, foi emblemática. O centroavante está longe de ser um primor de técnica ou habilidade. Também fica distante do que a torcida alviverde sonha para a camisa 9 do clube. Mas não é essa a questão. Mesmo perdendo gols – ele desperdiçou uma grande oportunidade de definir a partida contra o Operário já no primeiro tempo –, demonstrou vontade desde o primeiro minuto de jogo. Desempenhou, ainda, importante marcação na saída de bola adversária, assim como faz desde que virou titular. Sua dedicação foi recompensada com o gol que garantiu a nona vitória consecutiva do Coxa. De reserva "incontestável" do lesionado Leonardo, se encaixou como o pivô da equipe de Marcelo Oliveira. É um finalizador, nada mais do que isso. Mas, à medida que realiza seu trabalho (já tem sete gols, artilheiro do time), é uma solução caseira para agradar à torcida

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Veja a ficha técnica de Coritiba 3x2 Operário
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O Coritiba viveu ontem, no espaço de dois minutos, algo inédito neste Campeonato Paranaense. Após abrir dois gols de vantagem diante do Operário, no Couto Pereira, so­­freu o empate no segundo tempo com gols de longa distância do ex-paranista Ceará e do ex-atleticano Lisa (16 e 17 minutos).

Coube ao centroavante Bill, po­­rém, manter a boa fase coxa-branca. O jogador, que não estava bem na partida, definiu o resultado em 3 a 2. Foi a nona vitória consecutiva do time de Marcelo Oliveira, que larga no returno da mesma maneira que fechou o a primeira parte do torneio: triunfando.

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Já são 14 jogos de invencibilidade na temporada (contando com a Copa do Brasil) e faltam somente quatro rodadas para que o clube iguale o recorde histórico de 27 partidas sem derrotas no torneio regional.

O susto tomado em casa, entretanto, serve de lição para os jogadores alviverdes. Durante alguns instantes, o preguiçoso domingo de carnaval pareceu os ter contagiado. Mas, sem desespero, o time conseguiu colocar a bola no chão e de­­sempatar.

"É bom ter acontecido isso. Co­­locamos a cabeça no lugar. O im­­portante é que tivemos calma e vencemos", confirmou o zagueiro Émerson. "A gente tinha comentado no vestiário [sobre não dar brechas ao Fantasma]. Não tem mais time bobo, mas fomos nós que bo­­beamos", concordou Bill, que com um visual totalmente careca, chegou a seu sétimo gol no Estadual – um a menos do que o artilheiro Paulo Baier. "Estava lutando bastante e, quando sobrou, pude concluir", adicionou o atacante, que recebeu passe preciso de Anderson Aquino no lance crucial da noite.

O treinador Marcelo Oliveira lamentou o sofrimento para confirmar o placar favorável. Por outro lado, exaltou o rival, dono da segunda melhor campanha do turno passado e que até então não havia perdido longe de Ponta Grossa.

Os gols de Marcos Aurélio e de Davi, ambos no primeiro tempo (23 e 36), passaram certa tranquilidade para o Coxa. Já o retorno "lento" para os 45 minutos finais não foi desleixo, garantiu o comandante.

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"Não houve nenhum tipo de relaxamento. Não por acaso, eles [Operário] fizeram essa boa campanha", atestou Oliveira. "[O jogo] serve como alerta e também como fortalecimento do nosso trabalho, da nossa união. Hoje somos o único clube que pode ser campeão no segundo turno. Certamente vamos encontrar muitas dificuldades nessa caminhada", fechou o técnico, que já pensa na partida da próxima quarta-feira, fora de casa, contra o Cascavel.