Festa marcada pela paixão
O mais antigo clássico capital x interior do estado era tão esperado pela torcida do Operário quanto a própria reestreia na Primeira Divisão do Paranaense. Antes e durante toda a partida, o que se viu foram 8 mil pessoas apoiando todo o tempo, a plenos pulmões. Na tentativa de calar os alvinegros, mesmo em menor número, a torcida coxa-branca lotou seu espaço, consumindo os 800 ingressos à disposição.
No cimento e na grama, foi belo o duelo de gargantas entre o "Opera-ri-ô" e o "Cori-ti-bá". Uma hora antes da partida, começam as primeiras batucadas. Pelo lado do Fantasma, eram três pelejas seguidas com derrota, mas nem por isso a empolgação era menor.
A última partida entre as duas equipes no Germano Kruger também não trazia boas lembranças. Em 1993, o Coxa venceu por 5 a 1. Mas aquela partida ficou esquecida no passado, como uma assombração presa nos vestiários, pois como costuma afirmar o povo de preto e branco, "o Operarião voltou". Para quem entrava no estádio doido de saudades, era muito melhor lembrar da última vitória operariana sobre o adversário no estádio: 1 a 0, com gol de Catani, em 1990, há 20 anos.
Explodem aplausos, pipocam os fogos e a fumaça branca toma conta do gramado. O time da casa entra em campo. Do outro lado, fogos verdes anunciam a entrada do Coritiba. De um e de outro lado, a disputa é por quem grita mais alto o nome da sua paixão.
Operário 0 X Coritiba 1
Sem Ariel Nahuelpan, machucado, e Rafinha, supenso, seus dois principais jogadores, a pergunta antes da partida era se o Coritiba teria forças para manter a campanha de 100% de aproveitamento no Paranaense. Não foi nada fácil, mas a sexta vitória veio com o 1 a 0 sobre o Operário, ontem à noite.
Com o resultado, o Alviverde permanece líder isolado e favorito para conquistar as vantagens do supermando dois pontos extras e o mando de campo de todos os confrontos da segunda fase. E que pode ser creditado, principalmente, às atuações de Marcos Aurélio e Édson Bastos.
O atacante marcou o gol isolado do jogo. Em bonita jogada individual, aos cinco minutos do segundo tempo, driblou "seco" o zagueiro e chutou forte e cruzado de esquerda. Danilo não teve chance nenhuma de evitar o pior.
"Não temos apenas um jogador importante, temos um grupo que está aí para resolver. Mais uma vez consegui marcar um gol e ajudar o Coritiba. A vitória trouxe tranquilidade. Mas tem muito campeonato pela frente, precisamos manter esse ritmo na sequência", comentou o autor do gol.
No caso de Bastos, foi somente mais uma das boas atuações dele nesse início de temporada. Sempre quando exigido, o camisa 1 correspondeu. Especialmente, na etapa inicial. Em dois chutes fortes dos donos da casa um de longe, de Dyego Souza, e outro em uma falta frontal, cobrada por Serginho Paulista ele praticou defesas difíceis.
Porém, se as boas jornadas individuais garantiram os três pontos, não podem esconder as dificuldades da equipe sem a dinâmica proporcionada por Rafinha. Os substitutos Enrico e Ramon (de Ariel), não demonstraram a mesma qualidade e, em vários momentos, o Coritiba se viu dominado pelo Fantasma.
"Sentimos um pouco o campo pesado, irregular. O time deles estava muito motivado e nos pressionou com a ajuda do torcedor. Mas nós soubemos fazer um jogo de paciência, e na segunda etapa fizemos um gol e poderíamos ter feito mais um ou dois", afirmou o volante Leandro Donizete.
No próximo sábado, o Coxa pega o Iraty, em Paranaguá. Depois de emprestar a Vila Capanema do Paraná nos três primeiros compromissos em Curitiba, será a vez de jogar "em casa" no Caranguejão, em virtude da interdição do Couto Pereira. Rafinha volta ao time normalmente, liberado da suspensão pelo terceiro amarelo. Já Ariel deve prosseguir tratando a tendinite no músculo adutor da coxa esquerda.
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Veja a ficha técnica do jogo Operário X Coritiba
Em Ponta Grossa
Operário
Danilo; Grafite (Juninho), Flamarion, Leonardo e João Renato; Lisa, Serginho Paulista, Serginho Catarinense e Digão (Davi Ceará); Dyego Souza e Baiano (Douglas).
Técnico: Norberto Lemos.
Coritiba
Édson Bastos; Jéci, Pereira e Lucas Mendes; Fabinho, Leandro Donizete, Marcos Paulo, Enrico e Renatinho; Marcos Aurélio e Ramon (Lelê).
Técnico: Ney Franco.
Estádio: Germano Krüger. Árbitro: Héber Roberto Lopes. Gol: Marcos Aurélio (C), aos 5/2.º. Amarelos: Flamarion e Leonardo (O). Renda: R$ 145.920. Público pagante: 7.575 (7.821total).
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