Opinião
Nervosismo e incompetência
Vinicius Borecki, repórter
Em alguns jogos fora de casa o Coritiba foi derrotado, mas deixou a impressão de que poderia ter vencido. Ontem, no Morumbi, mesmo conquistando um ponto, a equipe merecia ter perdido o São Paulo parou na excelente atuação de Vanderlei. Apesar de o técnico Marcelo Oliveira tentar armar o time de forma ofensiva, para manter a posse de bola e buscar o gol, a estratégia não funcionou até agora e nem dá sinais de que vá funcionar. Por falta de qualidade.
O nervosismo atrapalha o Coxa longe de seus domínios. Muitos contra-ataques são desperdiçados e, quando detém a posse de bola, a equipe não consegue dar sequência às jogadas. Portanto, o problema é do setor ofensivo. Sem Tcheco, Rafinha fica isolado e não repete suas principais atuações. Ontem, Marcos Aurélio foi o jogador mais perigoso até ser substituído, mas sofreu pela falta de um companheiro eficiente no ataque. Bill e Éverton Costa foram inoperantes.
O Coritiba manteve sua sina de não ganhar fora de casa no returno a última vitória foi contra o Santos, em 17 de agosto, ainda na primeira metade do Brasileiro. Em sete jogos longe do Couto Pereira no 2.º turno, o Alviverde perdeu quatro vezes e empatou três. A última igualdade ocorreu ontem, contra o São Paulo, no Morumbi. O Coxa seguiu o roteiro dos últimos dois meses e ficou no 0 a 0 com o Tricolor paulista, estacionando no meio da tabela de classificação.
A sete rodadas do fim do campeonato, o time está em uma posição confortável em termos de rebaixamento, dez pontos à frente do Ceará, o 17.º colocado. E também não aspira mais a Liberadores, embora os jogadores e o técnico Marcelo Oliveira ainda coloquem a equipe como candidata ao torneio continental. O fato é que o clima de fim de feira já começa a tomar conta do Alto da Glória. "Construímos uma expectativa muito grande em função do trabalho do primeiro semestre. Aceito que perdemos oportunidades, mas estamos em um ano de reconstrução e esperamos ainda buscar boa pontuação no campeonato", disse Oliveira.
Ao contrário da partida diante do Figueirense, quando o empate em 0 a 0 foi alvo de lamentos, o resultado de ontem foi visto com bons olhos pelo grupo alviverde. "Conseguimos sair com um ponto", comemorou o volante Willian. "Não tive como apoiar muito hoje [ontem]. Mas todos nós fomos felizes na marcação", afirmou o lateral-direito Jonas. "Nós sabemos que não é fácil empatar com o São Paulo no Morumbi", disse o goleiro Vanderlei.
Dentro de campo o Coritiba também manteve o roteiro desenhado até o momento no Nacional. No primeiro tempo, conseguiu se impor sobre o São Paulo. No entanto, não criou chances e finalizou apenas de fora da área. Na etapa final, o Tricolor foi para cima e só não venceu graças à atuação do goleiro Vanderlei, o destaque da partida. Para Oliveira, não faltou ousadia ao Coritiba. "No futebol há o equilíbrio dos confrontos, com muita marcação, técnica e estratégia. O Coritiba tentou jogar, mas não conseguiu até pela postura do adversário", disse.
Segurança defensiva
Se existe algo a ser comemorado do empate de ontem é o fato de o Coxa chegar a dois jogos sem sofrer gols o time tem a quinta melhor defesa do Brasileiro ao lado de Botafogo, Inter e Figueirense. "A marcação começa lá na frente. Toda a equipe lutou, correu e marcou. Isso contribuiu para não tomarmos gols", explicou o goleiro Vanderlei. Por outro lado, a equipe que já teve o melhor ataque do campeonato é agora apenas a quarta neste quesito (atrás de Inter, Flamengo, Botafogo e Vasco). Marcelo Oliveira, contudo, não vê problemas na ofensiva coxa-branca. "O Coritiba é um dos melhores ataques do Brasil, viemos aqui para jogar. Mas o fator casa tem influência grande", afirmou.
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