Coxa tenta resolver crise de identidade

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Existem dois Coritibas na Série B 2006. Um forte, que permanece sem perder na competição, com um aproveitamento de 71% dos pontos, o que seria mais do que suficiente para deixá-lo na liderança isolada do torneio. Esse é o Coxa dentro do Couto Pereira. O outro, irregular, não sabe o que é vitória há 69 dias (três jogos), desde o triunfo por 2 a 1 sobre o São Raimundo, em Manaus, justamente na estréia do técnico Paulo Bonamigo (20/5). Esse é o Alviverde longe do Alto da Glória. Fora de casa, o desempenho do time despenca para modestos 38%, performance que o deixaria bem próximo da zona de rebaixamento.

O desafio de Bonamigo na partida de amanhã, às 16 horas, contra o vice-líder Náutico, no Recife, é tentar unificar as campanhas opostas, encostar no primeiro colocado Avaí e quebrar uma incômoda seqüência que persegue o Coxa toda vez que o clube se aproxima do topo da classificação.

A primeira derrapada como visitante foi na oitava rodada. Após dois triunfos consecutivos sobre São Raimundo e Ituano, o Alviverde foi a Santo André precisando da vitória para roubar do Sport a liderança isolada. A amarga derrota de virada por 2 a 1, entretanto, deixou o clube apenas com a terceira posição.

A oportunidade de deslanchar no campeonato bateria outras duas vezes à porta. E os fracassos se repetiram. Diante de Marília e CRB, os tropeços mantiveram a equipe fora do G-4, o grupo dos times que se classificariam à Primeira Divisão.

Agora, a tarefa do Coritiba, quarto colocado com 22 pontos, é derrotar o Timbu e ganhar, na pior das hipóteses, uma posição na tabela. Se a síndrome do pijama se confirmar, o Alviverde corre o risco mais uma vez de ser expulso do G-4.

"O momento do campeonato começa a se tornar decisivo. A classificação está formando blocos e alguns times estão se distanciando das primeiras posições. Por isso eu acho importante valorizar o estágio atual do Coritiba. Fizemos três bons jogos, o que me dá a plena convicção de que podemos vencer o Náutico também", afirma Bonamigo. "Precisamos mostrar fora de casa que a equipe está com moral e personalidade para fazer uma boa partida", completa ele, cujo aproveitamento como visitante não passa de 33% (uma vitória, um empate e uma derrota) contra os significativos 83% no Alto da Glória.