Coxa terá de ajustar projeto para adequar estádio à lei

O projeto do novo estádio do Coritiba terá de se adequar às normas urbanísticas do município e, principalmente, do bairro onde está localizado, o Alto da Glória. Na reunião de ontem, entre o clube, um representante da W/Torre (empresa que bancará a empreitada), a Secretaria de Urbanismo e o Ippuc, ficou acordado que a planta prévia da obra terá de ser alterada. Não é muita coisa, mas um novo encontro deverá ocorrer dentro de 15 dias.

"Solicitamos algumas informações complementares, como onde estarão localizados os estacionamentos, e já alguns ajustes para que se integre adequadamente no conjunto da cidade e da área", afirma o secretário de Urbanismo Luiz Fernando Jamur.

Embora o secretário ressalte que este é apenas um anteprojeto da obra, pela complexidade do empreendimento já foram detectadas algumas irregularidades. A principal delas é que para toda a planta foram utilizadas como parâmetro apenas as diretrizes sobre Zonas Especiais Esportivas.

Essa lei foi criada em 2006 para permitir que esses espaços, por serem destinados ao esporte, tivessem alguns benefícios em relação à Lei de Zoneamento da cidade. Contudo, apenas o Couto Pereira se encaixa nesta norma. O restante da obra prevista – shopping center, hotel, centro de convenção –, não. Essas terão de se basear nas mesmas diretrizes utilizadas para qualquer outro tipo de construção no Alto da Glória.

"O estádio, por ter uma configuração própria (sem teto), tem um cálculo de área diferente. Nos outros (prédios), há limitação de área", conta Jamur. Nesse caso, a planta ultrapassou o permitido.

Outra preocupação da prefeitura é com o sistema viário e o impacto que o empreendimento terá no fluxo de veículos na região. "Não adianta termos o melhor estádio do mundo se não tivermos condição de acesso a ele" teria sido a frase que definiu a questão.

Com as alterações, a W/Torre teria se comprometido a realizar as mudanças o mais rápido possível. Um sinal de que tudo estaria dentro do previsto.

"Não é nada que vá mudar o pensamento do investidor. Tudo é perfeitamente contornável", afirmou o vice-presidente do Coritiba, Marcos Hauer.

Pela estimativa da Secretaria de Urbanismo, pela complexidade da obra, se tudo correr sem mais imprevistos, o tempo para que o clube obtenha o alvará de construção é, em média, de um ano. Depois de adequado e aprovado o pré-projeto, é necessária uma planta definitiva que deve ser protocolada na prefeitura. Junto dela, um Relatório Ambiental Prévio. O RAP é o primeiro a ser avaliado e necessita de aprovação para que a análise final se inicie.