O árbitro Evandro Rogério Roman terá que provar na justiça a acusação que fez contra o Coritiba na noite de segunda-feira,, durante o julgamento dos acusados por corrupção na arbitragem paranaense no Tribunal de Justiça Desportiva (TJD). De acordo com o juiz, um dirigente do Coxa teria procurado um dos auxiliares (Altemar Roberto Domingues e Vágner Vicentin) da partida entre o Alviverde e o Londrina, comandada por Roman, válida pela semifinal do Campeonato Paranaense de 2003, interessado em "facilitar" a classificação do time para a final do campeonato. O jogo terminou empatado em 2 a 2, resultado que qualificou o Coritiba à decisão do Estadual contra o Paranavaí.
Roman sustenta sua acusação em uma suposta fita gravada por um dos bandeirinhas que comprovaria a tentativa de suborno. A gravação, porém, não foi apresentada por ele no Tribunal.
Indignado com o que chama de "onda de denúncias sem provas", o presidente alviverde, Giovani Gionédis, já entrou com uma interpelação judicial para que Roman comprove sua denúncia. "O Coritiba está surpreendido e ofendido. É muito fácil acusar, mas cadê as provas? Se ele realmente tem a tal fita, por que não mostra?", disse Gionédis. "É mais um exemplo de denúncia vazia, sem sentido. Se alguém comprou o árbitro, você pode ter certeza de que ele não recebeu. O Roman ofendeu a memória do Coritiba e terá que provar tudo isso judicialmente", completou.
Procurado pela reportagem, Roman repetiu o discurso feito no TJD. Ele promete tornar a fita pública, tão logo ela chegue em suas mãos. "Uma terceira pessoa ficou de me entregar a fita. Eu dependo dela", explicou, novamente sem citar nomes.
O apitador se diz tranqüilo quanto à represália coxa. "Os processos foram feitos para serem respondidos. Sou estudante de direito e tenho plena consciência de que não acusei ninguém", completou.
O nome do "terceiro" mantido em sigilo pelo árbitro, é revelado por Altemar Roberto Domingues, um dos auxiliares daquela partida. "Eu não tenho nada a ver com isso, não sei de fita alguma. Briguei com o Evandro e ele me contou que o auxiliar em questão é o Vágner Vicentin. Pode ir atrás dele", explicou.
Em entrevista à Gazeta do Povo, por telefone, Vicentin desmentiu a versão dada pelo colega de apito. "A informação não procede. Eu nunca ouvi falar dessa fita. Estou à disposição do Tribunal para prestar qualquer esclarecimento."
Principal testemunha de acusação do caso, Roman disse não ter ficado decepcionado com a absolvição da maioria dos denunciados. "Não quero falar muito sobre o que aconteceu. Deixa primeiro eu digerir tudo isso. Minha cabeça me guiou para que eu fizesse as denúncias. De resto, o Tribunal é órgão competente para julgar. Só o tempo irá dizer se o resultado foi o correto ou não. Vamos aguardar", comentou.
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