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Ao longo de toda a quarta-feira, torcedores do Coritiba desembarcaram em Porto Alegre com camisas, bandeiras e muito ânimo para empurrar o time | Hedeson Alves – enviado especial/Gazeta do Povo
Ao longo de toda a quarta-feira, torcedores do Coritiba desembarcaram em Porto Alegre com camisas, bandeiras e muito ânimo para empurrar o time| Foto: Hedeson Alves – enviado especial/Gazeta do Povo

Licor alviverde e previsão do tempo embalam a torcida na mesa do bar

A televisão é pequena, o corredor ficou ainda mais estreito com tanta gente trajando verde e branco. O que não foi problema para os torcedores que, sem poder ir a Porto Alegre para ver o confronto do Coritiba com o Internacional, foram à Pastelaria do Juvevê e ao Bar Lusitano para torcer pelo Alviverde. Os dois bares vizinhos ficam próximos ao estádio Couto Pereira, são tradicionais redutos de coxas-brancas e viram arquibancada quando o Coxa joga fora de casa.

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Porto Alegre - A torcida coxa-branca literalmente saiu do chão. Não houve como o grupo de cerca de 40 torcedores evitar o grito de guerra do Coritiba ao decolar no Aeroporto Afonso Pena, no meio da tarde de ontem, com destino a Porto Alegre. Foi o último dos voos a fazer o trajeto entre as capitais paranaense e gaúcha no dia. Todos repletos de fãs alviverdes.

Com preços econômicos, a viagem aérea tornou-se alternativa atraente para empurrar o time no Beira-Rio. Os assentos mais baratos, a R$ 89, acabaram com rapidez após a confirmação do adversário na semifinal. A "invasão" coloriu o Aeroporto Salgado Filho de verde e branco e fez quem estava com a camisa vermelha do Inter olhar contrariado e sair de perto.

Com um perfil diferente daquele torcedor que costuma viajar com o time, professores universitários, militares, advogados, publicitários vieram sozinhos ou com a família. Pegaram um táxi no aeroporto ou alugaram vans com outros torcedores e só se juntaram a quem seguiu por terra com as organizadas no Beira-Rio.

"É a primeira vez que viajo para ver o Coritiba. Havia muitos motivos para não vir, mas sei que depois me arrependeria", afirmou o professor de Filosofia André Luiz Ribeiro, 38 anos. Ele justificou a escolha do avião. "É mais cômodo e seguro. E realmente não estou mais em idade para aventuras".

Ele e o irmão, Luiz Fernando, 36, chegaram às 8 da manhã e ficaram no aeroporto até próximo das 18 horas, quando os últimos torcedores do Coritiba desembarcaram. Junto deles, histórias curiosas para quem está acostumado ao sistema de rotinas e regras de uma viagem aérea.

Em um dos voos, quando a aeromoça ofereceu refrigerante, suco ou água a um torcedor coxa, logo ouviu assustada uma resposta alta, quase gritada. "O quê?! Eu quero é cerveja!", disse, fazendo os passageiros do avião, quase todo verde e branco, cair na gargalhada.

Em duas aeronaves, contudo, o foco das brincadeiras foi para alguns torcedores desprevenidos, que acabaram vindo a Porto Alegre com a camiseta do Inter. "Daí não teve jeito", conta Guilherme Becker, 18 anos.

Com aparelho nos dentes, o garoto e o irmão William, 20, convenceram o pai, Wilson, militar, a encarar a aventura. Compraram o ingresso pela internet. Só em Porto Alegre decidiriam como ir ao estádio.

Por outra via, sete ônibus em uma caravana organizada pela Império chegaram a capital gaúcha logo pela manhã. Participaram de um churrasco com torcedores do Grêmio e se dirigiram ao Gigantinho, ginásio anexo ao Beira-Rio. Lá, todos os torcedores alviverdes se encontraram para trocar o comprovante da internet pelo bilhete real. Depois, rumo às arquibancadas, onde repetiram à exaustão o "sai do chão, a torcida do Verdão" que deu início à viagem.

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