Brasília (AE) O escândalo do apito pode ser investigado pela CPI do Bingos. A iniciativa, contestada por boa parte dos integrantes da comissão, é do vice-líder do PT senador Tião Viana (AC). Ele apresenta hoje requerimentos convocando para depor na comissão os principais envolvidos no esquema de arbitragem: o empresário Nagib Fayad e o juiz Edílson Pereira de Carvalho.
Tião também pede a quebra do sigilo fiscal, telefônico e bancário dos dois. O petista alega que o pedido se encaixa no alvo da CPI, de apurar a utilização de casas de bingo para a prática de crimes de lavagem, ocultação de bens e da ligação com o crime organizado.
Senadores da oposição defendem que a investigação da forma como tem sido conduzida pela Polícia Federal, dispensa o trabalho da CPI. Alegam ainda que a real intenção, ao "puxar" um assunto sem ligação com os escândalos ligados ao governo Lula é mesmo o de "embaralhar, confundir e tumultuar o trabalho da comissão".
"Aviso que votarei contra esses requerimentos, se a Polícia Federal não avançar além do que já foi nessa investigação, não poderá mais ser chamada de polícia", antecipa o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA). O líder do PFL, senador José Agripino (RN), defende que cabe às comissões de inquérito priorizar investigações envolvendo dinheiro público.
"Estamos entupidos de denúncias contra os cofres públicos, mudar o rumo agora, só ajuda aos envolvidos", justifica.
O relator da CPI dos Bingos, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), vai propor uma outra alternativa, a de pedir ao Ministério Público que remeta à comissão os dossiês do escândalo do apito. Ele alega que dessa forma será possível fazer uma conexação deste escândalos e dos que já estão na CPI. "Se for a mesma máfia, aí sim, devemos avançar nas investigações. Caso contrário, acredito que não vale a pena sobrecarregar a CPI com um assunto aparentemente bem encaminhado pela Polícia Federal", alega o relator.
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