Matemática não é bem a disciplina favorita de Eric Kenzo Uwai e Vanessa Hayashi na escola, apesar de calcularem o tempo todo enquanto fazem o que mais gostam: jogar tênis de mesa. As inúmeras contas para cada movimento da raquete já os colocaram entre os melhores da modalidade no Paraná.
Apesar da pouca experiência Eric joga há dois anos; Vanessa há três os dois mesa-tenistas de 11 anos dominam, inconscientemente, noções de probabilidade e estatística que os ajudam a determinar com eficiência a ação de seus adversários e a rota da bolinha.
O resultado dessa aritmética: Vanessa é atual vice-campeã brasileira e paranaense da categoria mirim; Eric é o nono no ranking nacional e campeão estadual invicto.
Os dois dividem a atenção das últimas provas escolares do ano com a possibilidade de, em 2013, comporem a seleção brasileira mirim de tênis de mesa. Esta semana, viajam para São Caetano do Sul (SP), onde enfrentam a seletiva para a equipe brasileira sub-13.
"Gostaria que fosse uma competição fácil, mas sei que não vai ser. Tem boas meninas concorrendo comigo", diz Vanessa. "Todos falam que tenho tênis de mesa suficiente para vencer, mas ainda fico nervosa nas competições."
Descendentes de japoneses, Eric e Vanessa começaram no esporte por influência da família.
Foi dos parentes que surgiu a estrutura que os dois têm há oito meses. Eles possuem técnico e local de treino próprios. O pai de Vanessa, o engenheiro Márcio Hayashi, fez uma parceria com a associação dos funcionários da empresa em que trabalha para a filha e Eric terem no ginásio da entidade seu local de atividade usado três vezes na semana. Também foi quem comprou, com a ajuda de uma irmã que mora nos Estados Unidos, um lançador de bolas, o robô.
Em parceria com o pai de Eric, o comerciante Eder Naoki Uwai, convenceu o mesa-tenista Gerson Neto, 23 anos, a ser o treinador das crianças. "O Gerson é o ídolo do Eric, por isso, fizemos essa escolha. E ele não dá moleza, entre os treinos com raquete e os físicos, para agilidade e resistência", diz.
O rapaz reveza-se no trabalho como administrador de empresa e treinador por acreditar no potencial dos garotos. "Eles são muito dedicados. Tanto que superaram a meta que traçamos. Pensamos em chegar à seleção do Paraná e agora podem pensar em compor o time nacional", diz.
"Acho que sou bem veloz, mas ainda falho muito nas posições básicas", diz Eric sobre sua evolução. Ele pediu aos pais para treinar o tênis de mesa para valer depois da primeira competição, em que não venceu nenhum jogo. Logo aprendeu que escolheu um esporte em que a repetição de cada movimento é feita à exaustão.
Além de contarem com o robô que dispara as bolas em diferentes rotações, velocidades, potência ou pontos da mesa, conforme a necessidade do treino os dois treinam com adultos, ao invés de outras crianças, e levam lição para casa diariamente. "Temos de ensaiar as posições das jogadas todos os dias, para corrigir", conta o menino. A repetição dos movimentos é feita em frente ao espelho, até que se torne automática.
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