O que é preciso para acabar com uma crise? No caso do voleibol nacional, outra crise. Depois do final das Superligas masculina e feminina, em abril, o anúncio da extinção do Finasa/Osasco, no feminino, e o fim de parcerias entre clubes e patrocinadores (caso do Unisul/ Joinvile e do Sada/Betim, no masculino), o prognóstico não era dos melhores para a próxima temporada, com largada em novembro.
Um investimento de R$ 15 milhões da empresa de tevê por assinatura Sky em patrocínio ao Esporte Clube Pinheiros, de São Paulo, repatriou o oposto paranaense Giba, os meio de rede Gustavo e Rodrigão e deu novo contrato ao levantador Marcelinho. Com o retorno dos medalhistas olímpicos confirmado ontem na apresentação do time o vôlei nacional comemora a retomada do crescimento, resultado da crise econômica que afeta a Europa.
"Depois de oito anos fora, é muito bom voltar", diz Giba, que retorna graças a um acordo com o Iskra Odintsovo, seu time na Rússia, com quem tinha mais um ano de contrato. "Por causa da crise europeia, me propuseram uma revisão de contrato (com redução salarial). Isso foi a brecha para eu sair", conta o paranaense.
Com um vínculo de três anos mas sem comentar valores salariais, limitando-se a dizer que "foi um bom contrato" , Giba aposta no crescimento do esporte no país a longo prazo. "Em geral, as equipes contratam por um ano. Quem sabe o Pinheiros faz escola?", diz.
Técnico bicampeão da Superliga pelo Cimed/Brasil Telecom, de Florianópolis, Marcos de Melo Pacheco destaca que o nível técnico da próxima temporada vai ser maior. "O investimento do Pinheiros é algo como quatro vezes o do Cimed. É um supertime na disputa. Teremos pelo menos seis equipes com chances do título, o que atrai público, patrocínios", afirma.
O oposto Dante já havia assinado contrato com o Santander/São Bernardo no início deste mês, abrindo a temporada de repatriações, depois de sete anos jogando na Itália. O ponta Murilo pede a saída do Macerata para também voltar ao Brasil, defendendo o estreante Sesi-SP. Se liberado pelo time italiano, o público brasileiro vai ver de perto a atuação de 12 dos 16 atletas que defenderam a seleção nas duas últimas Olimpíadas.
A exceção é o levantador Ricardinho, que permanece no Sisley Treviso, na Itália. Os outros três já não jogam dentro das quatro linhas: Giovane é técnico, Nalbert está no vôlei de praia e Maurício aposentou-se. O técnico da seleção, Bernardinho, valorizou a repatriação dos atletas. "O mais importante foi que todos voltaram com responsabilidade, sem quebrar contratos", ressaltou.
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