A crise que vive a arbitragem local começa a expor uma classe fragilizada, com pouca assistência, refém da política adotada pela Federação Paranaense de Futebol (FPF) e, sobretudo, desunida.
Sem harmonia fora de campo, os profissionais do apito que atuam no estado não conseguem nem mesmo formar um grupo de representação trabalhista. Estão divididos e longe de encontrar um caminho para o consenso.
Tem-se, de um lado, uma associação com aproximadamente 280 filiados e o reconhecimento de Onaireves Moura. Do outro, surge o sindicato da categoria formada por 54 ex-juízes e desprezada pelo presidente da FPF.
"Não temos amparo legal algum. Há casos de colegas que deixaram os estádios correndo, fugindo por buraco de alambrado. A Federação é o nosso patrão e deve nos dar um seguro e acatar as taxas de jogo aprovadas em convenção", cobra Amorety Carlos da Cruz, responsável pelo Sindicato Profissional dos Árbitros de Futebol do Paraná (Sinpaf).
Diante deste quadro, denuncia-se um possível boicote do dirigente para evitar a sonhada coalisão. Dissemina-se a idéia de que brigar pelos direitos pode ser sinônimo de "geladeira" na escala dos jogos.
"Fizemos uma Assembléia Geral, no dia 27 de agosto, às 9 horas, no Pinheirão. Queríamos unificar todo o quadro. Estava presente dois chefes da Delegacia Regional do Trabalho (DRT) para nos mostrar as vantagens. No mesmo horário, na sede da FPF, o Moura rapidamente deu força à associação. Resultado: não conseguimos a união", lamenta Amorety.
"Não sou a favor de um ou de outro. A associação tem 100% do quadro e 20 anos de história. É a parte legítima. Na minha opinião, o sindicato é para atender classes de trabalhadores como metalúrgicos, por exemplo. E árbitros são autônomos, trabalham por meio de recibo", justifica Onaireves. Além do Paraná, somente o Acre não tem uma corporação com poder político de representação.
O juiz Henrique França Triches é o responsável pela Associação de Árbitros do Paraná (AAP) órgão com problemas financeiros (reconhece uma dívida de R$ 24 mil) e que às vésperas de vazar a história do "Bruxo" amargou a renúncia de Francisco Carlos Vieira da presidência.
Ele evita polêmica. "Não sei os motivos que fazem o sindicato ter pouco apelo entre os colegas. Cada um tem sua cabeça, age de forma autônoma e deve ter seu motivo pessoal. Estamos fazendo a nossa parte pelo fortalecimento da arbitragem paranaense", aponta.
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