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O diretor da equipe, Tadashi Yamashina, chorou durante o anúncio da saída | Issei Kato/ Reuters
O diretor da equipe, Tadashi Yamashina, chorou durante o anúncio da saída| Foto: Issei Kato/ Reuters

Um dos maiores investimentos da Fórmula 1 na década sai de cena abatido pela crise e envergonhado por não ter conquistado uma única vitória. Após oito temporadas, 139 GPs, gastos estimados em pelo menos US$ 2,4 bilhões e nenhuma vitória, a Toyota Motor Company, maior montadora de veículos do mundo, anunciou, ontem, sua re­­tirada imediata da categoria, com o fechamento da escuderia própria e o rompimento do contrato de fornecimento de motores à Williams.

A decisão reforça duas tendências recentes do automobilismo. A primeira é a saída das montadoras da Fórmula 1, preconizada pelo ex-presidente da Federação Interna­­cional de Automobilismo (FIA), Max Mosley. No intervalo de 11 meses, a Toyota é a terceira a retirar-se. Em dezembro do ano passado, a japonesa Honda deixou a competição, com seu espólio sendo herdado pela Brawn GP. Em setembro deste ano, foi a alemã BMW quem comunicou o afastamento, concretizado agora, com o fim da temporada.

A outra é a retirada gradual das empresas japonesas do automobi­lis­mo de competição. Subaru e Su­­zu­ki deixaram o Mundial de Rally durante o ano, mesmo atitude da Ka­­wasaki na motovelocidade. Ain­­da na Fórmula 1, a Bridgesto­­ne in­­formou, segunda-feira, que não irá renovar o contrato de fornecimento de pneus para a categoria, que vence no fim de 2010.

Em todos os casos, o motivo apresentado foi a "necessidade de reposicionar a marca" diante da crise econômica global. Caso repetido com a Toyota, que em maio des­­te ano anunciou um prejuízo de US$ 4,4 bilhões.

"Considerando suas atividades no automobilismo previstas para o próximo ano, e refletindo sobre a severa realidade econômica, a Toyota decidiu encerrar suas atividades na Fórmula 1", disse a em­­presa em sua nota de despedida.

Bem menos frio que o comunicado foi a reação dos dirigentes presentes à entrevista coletiva, em Tóquio. Akio Toyoda, presidente da Toyota, não escondeu a decepção com a saída da montadora da principal categoria do automobilismo. "Dou minhas completas desculpas aos fãs da Toyota por não atingirmos os objetivos que traçamos", ressaltou.

Ao comentar o destino que terão os dois pilotos, Jarno Trulli e Kamuy Kobayashi, agora desempregados, o diretor da Toyota, Ta­­dashi Yamashina, não suportou a emoção e chorou. "É muito triste não podermos dar aos nossos pilotos a oportunidade de competir."

Apesar de ter assinado o Pacto de Concórdia, garantindo sua permanência na F-1 até 2012, a es­­­cuderia japonesa já vinha sinalizando sua saída há alguns dias. Primeiro, pela decisão de liberar os pilotos Jarno Trulli e Timo Glock. Depois, pelo anúncio de que não mais forneceria motores para a Williams. Por fim, ao não confirmar a contratação de Ka­­­muy Kobayashi, sensação das duas últimas provas. O rompimento do acordo pode motivar uma ação judicial da FIA.

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