Emanuel é, indiscutivelmente, o maior nome do vôlei de praia mundial da atualidade. Vanderlei Cordeiro de Lima, o maratonista brasileiro de maior destaque nos últimos anos. Juntos, conquistaram em Atenas um ouro e um bronze, respectivamente. Mas além de medalhistas olímpicos, os paranaenses têm outra coisa incomum: correm risco de ficar fora do Pan-Americano do Rio de Janeiro, que ocorrerá em agosto. Mesmo com o currículo invejável, nenhum dos dois tem a participação garantida nos jogos que serão realizados no Brasil.
Emanuel só saberá se participará da competição em junho, um mês antes de seu início. Até lá, ainda disputará ao lado de Ricarado mais cinco etapas do Circuito Mundial praticamente contra apenas um adversário, a dupla Márcio e Fábio Luiz, inimigos diretos pela única vaga brasileira masculina no Pan. Por enquanto, a vantagem de Emanuel e Ricardo é de 320 pontos, pouco.
"Temos de ir a todas as semifinais", calcula o especialista na areia. "É uma situação difícil, pois é começo de temporada e vôlei de praia é constância", afirma o octocampeão mundial.
Para Emanuel, o maior problema causado pela indefinição é de que a preparação para o Pan ficará prejudicada. A idéia de todas as confederações que resolveram fazer a seleção de seus atletas observando o desempenho entre período que compreende um mês e um ano antes do início da competição era para que os atletas selecionados fossem realmente os mais bem preparados do momento. O problema é que, sabendo tão em cima da hora, a preparação para competição ficará prejudicada.
"Sempre fizemos um trabalho específico quando temos grandes eventos. E agora se fizéssemos esse tipo de planejamento correríamos mais riscos de ficar fora do Pan. Certamente se nos classificarmos não estaremos no nosso melhor, mas ainda assim vai ser bom", analisa Emanuel.
Baseado nisso foi que o Vanderlei Cordeiro de Lima adotou uma estratégia ousada.
A maratona masculina tem apenas duas vagas para o Brasil. Os agraciados serão os dois atletas com os melhores tempos entre abril de 2006 e abril de 2007. E por enquanto o paranaense tem o segundo melhor desempenho com 2h11m36s, conquistada em Amsterdã. O primeiro é Marílson Gomes dos Santos, que já avisou que não dispuará a prova no Pan.
Embora pareça fácil, a espera de Vanderlei é mais angustiante ainda. Ele correu a última maratona em fevereiro e só voltará a disputar a prova no Pan, se obtiver a qualificação. Enquanto isso, ainda haverão várias outras disputas, como Londres, Boston e Paris, onde sua marca poderá ser batida.
"É meio complicado, mas tem de esperar a definição. Isso estava dentro do nosso planejamento. Pois enquanto os outros estão tentando a vaga eu já estou me preparando. E em abril seria muito difícil conseguir a recuperação adequada", afirma Vanderlei.
"É angustiante, mas é a regra do jogo. Os critérios devem ser democráticos", afiram Ricardo Dangelo, técnico do maratonista e também membro do conselho técnico da Confederação Brasileira de Atletismo.
Trinta sete anos, medalha de ouro no Pan de Santo Domingo, Branze na olimpíada de Atenas, Vanderlei está otimista tanto com a qualificação como com o desempenho que terá no Rio. "Acho que minha situação é tranqüila".
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