• Carregando...
Jogadores do Barigüi Crocodiles e do Curitiba Brown Spiders deram, ontem, uma amostra do que ser a partida deste sábado. | Daniel Derevecki/ Gazeta do Povo
Jogadores do Barigüi Crocodiles e do Curitiba Brown Spiders deram, ontem, uma amostra do que ser a partida deste sábado.| Foto: Daniel Derevecki/ Gazeta do Povo

Para 2009, o primeiro Estadual

O pontapé dado por Crocodilos e Aranhas-Marrons neste sábado deve ter seqüência, impulsionando o futebol americano no Brasil. Em novembro, os aracnídeos têm amistoso com outro time paranaense que já adquiriu uniformes da empresa norte-americana: o Foz do Iguaçu Black Sharks (Tubarões Negros).

Para o próximo ano, além de um Estadual com sete equipes – completariam a lista dois times de Ponta Grossa (Tigres e Cavaleiros Negros) e mais dois de Curitiba (Furacões e Centuriões) – outras equipes do país terão comprado equipamentos para todos os seus atletas. É o caso do Jundiaí Roosters (Galos), que está em fase final de aquisição, e de representantes de Santa Catarina, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Mato Grosso, que já foram às compras.

O aumento do dólar, em virtude da crise financeira mundial, pode, porém, diminuir o ânimo dos aficcionados pela bola oval. (SG)

  • Entenda o traje

Crocodilos de um lado. Aranhas-marrons do outro. Os nomes dos times são tão incomuns para equipes brasileiras quanto o esporte que praticam. Barigüi Crocodiles e Curitiba Brown Spiders dão, amanhã às 14 horas, na capital paranaense, o que apostam ser um passo importante para o desenvolvimento do ainda desconhecido futebol americano no Brasil. Pela primeira vez no país, dois times se enfrentam trajados com uniformes oficiais da modalidade. O combate será no campo do Flamenguinho, no São Braz.

Pouco difundido no território brasileiro – e, também por isso, sem investimentos de maior relevância –, o esporte que é profissional nos Estados Unidos aqui sobrevive da luta diária de seus apaixonados. Para garantir o duelo com trajes semelhantes aos da maior liga do mundo (NFL), por exemplo, o dinheiro saiu do bolso dos próprios atletas – todos, obviamente, amadores.

No total, o Curitiba Brown Spiders estima que foram gastos R$ 32 mil nos cerca de 40 uniformes – isso contando com descontos especiais da fábrica. A média de R$ 800 por conjunto é a mesma paga pelo Barigüi Crocodiles.

"Será o jogo que mais vai se aproximar de uma partida da NFL (liga norte-americana)", conta Rodrigo Proença, jogador do time dos aracnídeos. "A expectativa é gigante. Foi um ano de espera, de adaptação aos uniformes. Será um jogaço", opina o presidente da equipe reptiliana, Nilo Sérgio de Araújo Tavares.

A partida começou a ser desenhada em 2006. Naquele ano, os aranhas-marrons começaram a adquirir as roupas e protetores diretamente da empresa que os produz para as competições na América do Norte, a Riddell. "No Brasil, até eram vendidos equipamentos nacionais, mas não com a mesma qualidade. Nosso material é profissional", revela Proença.

Com o "elenco" paramentado, surgiu outro problema. "Foi uma situação estranha. Simplesmente não tínhamos contra quem jogar...", lembra o atleta do Curitiba Brown Spiders. Foi então que o time ajudou o rival Crocodiles a também comprar da Riddell seus acessórios.

A prática do esporte mudou para as duas equipes. Atuar com o uniforme exigiu longo tempo de adaptação. "As técnicas são diferentes. Apesar de aumentar a proteção, os equipamentos podem potencializar algumas lesões específicas", diz o diretor técnico aranha-marrom Gabriel Soto. "A questão física ficou mais importante. E tudo fica diferente: o centro de gravidade, o salto para receber uma bola, o bloqueio. Entramos em uma nova realidade", acrescenta Proença. O aprendizado foi em conjunto, com os rivais treinando juntos diversas vezes.

A amizade extracampo, porém, não vai amolecer o confronto. Pelo contrário.

"Eles têm melhorado, mas, desde nossa criação, em 2001, continuamos invictos...", desafia Rodrigo Proença, rapidamente respondido pelo presidente adversário. "Eles têm mais experiência, mas com os uniformes ficou tudo nivelado. Com certeza podemos ganhar", atestou Nilo Tavares.

Divididos pela cor do uniforme, os dois clubes têm a mesma preocupação: desmistificar a crença de que o futebol americano é violento. Eles defendem que é um esporte de contato físico como o futebol tradicional.

"É um jogo de conquista de território. Há contato, mas tudo na base da técnica. Qualquer entrada forte ou desleal é punida", garante o homem-forte do Crocodilos.

Serviço

Barigüi Crocodiles x Curitiba Brown Spiders, amanhã, às 14 horas. Local: Associação Beneficente Esportiva Flamengo (Flamenguinho), Rua Zacarias Mansur, 24, São Braz. Ingresso: 1 kg de alimento não-perecível.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]