O Cruzeiro está em vantagem na disputa por uma vaga na final da Taça Libertadores. Nesta quarta-feira, a Raposa derrotou o Grêmio por 3 a 1 em um jogo cheio de emoção e alternativas. Na próxima quinta-feira, no Olímpico, o time do técnico Adilson Batista pode até perder por 1 a 0 ou por dois gols de diferença (a partir do placar de 4 a 2) que se classifica. Uma vitória por 2 a 0 garante o Tricolor gaúcho na próxima fase. Vitória gremista por 3 a 1 leva aos pênaltis.
Antes de se reencontrarem, porém, as equipes têm compromissos pelo Brasileirão. A Raposa recebe o Avaí, sábado, no Mineirão. O Grêmio vai ao Recife para efrentar o Sport, domingo, na Ilha do Retiro.
Competitividade em nível máximo
Nervoso, truncado, brigado. Jogo de Taça Libertadores da América é assim. E quando envolve dois times "copeiros" fica ainda mais empolgante. Bicampeões continentais, Cruzeiro e Grêmio fizeram um primeiro tempo em nível máximo de competitividade. Cada centímetro do gramado do Mineirão foi disputado como se fosse o único. O time de Adilson Batista entrou em campo desfalcado, quase remendado. O zagueiro Léo Fortunato e o lateral-esquerdo Gerson Magrão, machucados, foram vetados horas antes da partida. Thiago Heleno entrou na defesa, mas o técnico foi obrigado a improvisar o volante Marquinhos Paraná na esquerda.
O Tricolor gaúcho investiu em um jogo paciente e de contra-ataques. Quase se deu muito bem. Maxi López e Alex Mineiro tiveram as melhores oportunidades de surpreender a zaga celeste, mas pecaram nas finalizações. Aos cinco minutos, o argentino encarou a marcação de Elicarlos na direita, cruzou certinho para o parceiro, mas o camisa 9 errou o chute. Ele não marca há 125 dias.
O Cruzeiro parecia um time incomodado com a forma que estava disposto em campo. No entanto, se manteve perigoso. Aos oito, a principal característica apareceu. Com toques rápidos, Paraná encontrou Wellington Paulista na área. O atacante esperou o momento certo para fazer o pivô e rolar para a chegada do lateral-direito Jonathan. O chute com o pé esquerdo ficou fácil para Marcelo Grohe defender.
Durante 13 minutos, os visitantes fizeram valer a experiência do grupo, chegaram duas vezes e passaram muito perto. Primeiro com Alex Mineiro: após cruzamento de Túlio, aos 14, ele subiu sozinho para cabecear, mas Fábio estava atento. Aos 21, Thiago Heleno perdeu a bola no campo de defesa, Maxi López disparou, se livrou da marcação e bateu rasteiro. A bola, caprichosa, tocou a trave direita do goleiro Fábio. Se faltava o gol, sobrava discussão. Kléber e Túlio, Leonardo Silva e Maxi López, Henrique e Souza. Tudo era motivo para esquecer a partida e resolver alguma diferença.
Sorte que o Cruzeiro tem Kléber. Longe da área, quase como um meia, mas sempre perigoso, o Gladiador se apresentou cheio de vontade. Com um lançamento, achou Jonathan na área, aos 29. O lateral teve duas chances, mas Marcelo Grohe salvou. Aos 37, Kléber avançou pela direita, cruzou na cabeça de Wellington Paulista que não vacilou. Cabeçada precisa, fulminante. Logo ele, que no início do ano quase foi para o estádio Olímpico. Mineirão tremendo, Mineirão em chamas.
Mas o Grêmio é forte, principalmente quando Souza decide jogar o que sabe. Aos 41, ele arriscou de fora da área. De longe mesmo. A bola que parecia ir para a linha de fundo só não entrou porque Fábio, em grande fase, defendeu de mão trocada. Acredita em milagre? Foi o que garantiu a vantagem celeste no primeiro tempo.
Jogão com cara de final
Alguns torcedores ainda se acomodavam nas arquibancadas do Mineirão na volta do intervalo quando o Cruzeiro ampliou. Jogo de Libertadores é assim. Não dá tempo nem de piscar. No primeiro minuto, após cobrança rápida de escanteio, Wagner recebeu a bola, ajeitou o corpo e disparou de esquerda. O chute não saiu tão forte, mas um desvio em Tcheco enganou Marcelo Grohe: 2 a 0.
O gol deixou o Tricolor atordoado, mas também serviu para acordar. Aos sete, Rafael Marques deu uma de atacante, achou Souza livre na área, só que o camisa 8 isolou. O Grêmio sentia principalmente a falta do meia Tcheco, muito sumido até então. Alex Mineiro, pouco produtivo, teve uma boa chance. Aos 12, ele foi lançado e dividiu com o goleiro Fábio na área. Último lance dele no jogo. Herrera entrou para imprimir velocidade ofensiva. E por pouco não conseguiu o resultado no primeiro toque na bola. Lançado na direita, o argentino cruzou rasteiro para o compatriota Maxi López, mas Leonardo Silva chegou para dividir.
O desenho do jogo mudou. O Cruzeiro passou a explorar contra-ataques, enquanto o Grêmio se lançava sem muita organização. O terceiro golpe celeste foi duro. Aos 21, Marquinhos Paraná olhou para área, viu Fabinho pedir a bola, e cruzou da ponta esquerda, na cabeça do companheiro: 3 a 0. Primeiro gol do volante com a camisa celeste e gritos de "Tricampeão!" nas arquibancadas. A torcida ainda festejava quando Maxi López e Herrera por pouco não diminuíram, aos 23. Fábio saiu muito bem do gol para defender.
Aos 27 minutos, um lance pouco comum. O árbitro chileno Henrique Osses machucou a perna esquerda e precisou parar o jogo para receber atendimento médico. Como não conseguiu voltar, foi substituído pelo quarto árbitro, Jorge Osorio. Foram quase cinco minutos de interrupção.
O novo juiz deu sorte ao Grêmio. Aos 34, Souza cobrou falta com muita categoria e conseguiu diminuir o prejuízo. Foi a primeira vez que o Mineirão ficou em silêncio na partida. Em seis jogos fora de casa na Libertadores, o Tricolor fez gols em todos. E este pode fazer a diferença no Olímpico. O Cruzeiro cansou, parou de jogar e foi pressionado. A bola aérea virou a melhor opção dos gaúchos, mas a zaga celeste conseguiu suportar bem. A vantagem é mineira para o jogo da volta.
Ficha técnica:
CRUZEIRO 3 x 1 GRÊMIO
Cruzeiro: Fábio, Jonathan, Thiago Heleno, Leonardo Silva e Marquinhos Paraná; Fabinho, Elicarlos (Jancarlos), Henrique e Wagner (Bernardo); Kléber e Wellington Paulista. Técnico: Adilson Batista.
Grêmio: Marcelo Grohe, William Thiego, Léo, Réver e Fábio Santos; Túlio, Adílson, Tcheco e Souza; Alex Mineiro (Herrera) e Maxi López. Técnico: Paulo Autuori.
Gols: Wellington Paulista, aos 37 do primeiro tempo. Wagner, a um minuto, e Fabinho, aos 21, Souza, 34 do segundo tempo.
Cartões amarelos: Elicarlos (Cruzeiro); Marcelo Grohe e Tcheco (Grêmio).
Estádio: Mineirão, Belo Horizonte. Data: 24/06/2009. Árbitro: Henrique Osses (CHI) e Jorge Osorio (CHI). Auxiliares: Cristian Julio (CHI) e Osvaldo Talamilla (CHI).
Público pagante: 51.296
Renda: R$ 1.387.644,94
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