A recusa do governo cubano em liberar o técnico Félix Aguilera Martinez, responsável por treinar a seleção juvenil do país caribenho, antes do Jogos Pan-Americanos, em julho, no Rio de Janeiro, obrigou a Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) a dispensar a seleção brasileira masculina de ginástica artística no fim do ano passado. É provável que o treinador assuma a equipe, que treinava permanentemente em Curitiba desde 2003, somente no segundo semestre.

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Os oito atletas que faziam parte do time nacional foram liberados no começo de janeiro para voltar aos seus clubes, onde, de acordo com a CBG, "receberão mais atenção de seus respectivos técnicos". "Os meninos contavam com um único treinador (Raimundo Blanco) para orientá-los aqui. A dificuldade era muito grande. Foi pensando no desempenho deles que resolvemos adotar essa nova estratégia", explicou a supervisora de seleções da CBG, Eliane Martins.

Os ginastas, agora, voltarão a Curitiba com seus treinadores individuais 15 dias antes de cada torneio. A primeira reunião ocorrerá em março, antes das etapas da Copa do Mundo na Europa. Já a concentração para o Pan começará em junho, quase dois meses antes do início dos Jogos, no dia 13 de julho. Do Rio de Janeiro, o grupo voltará à capital paranaense, começando a preparação para o Mundial da Alemanha, de 1.º a 9 de setembro, em Stuttgart. "A única diferença é que a seleção não ficará reunida em período integral, mas os encontros serão quase quinzenais. É um teste. Caso não funcione, voltamos a fazer como antigamente, com todos concentrados em Curitiba", afirma Eliane.

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A notícia de que teria de deixar o time permanente surpreendeu o gaúcho Mosiah Rodrigues, um dos principais nomes da ginástica no país, medalha de bronze no Pan de Santo Domingo-03 no cavalo com alças e nas barras assimétricas – campeão mundial no solo, Diego Hypólito trocou a seleção pelo Flamengo em fevereiro do ano passado. Mosiah se divide quanto à validade da medida.

"Depende do aspecto que se for avaliar. Em Curitiba a aparelhagem é melhor, mas não adianta nada você estar aí, com toda a estrutura, e não ter técnico", disse ele, que já reiniciou os treinos no Grêmio Náutico União (GNU), em Porto Alegre. "A equipe treinando junto é diferente, mas sem técnico se torna inviável. A saída agora era essa mesmo. Mas eu torço para a CBG resolver o problema logo, para que contrate um técnico de nível como o Oleg (Ostapenko) no feminino e a gente possa se reunir novamente", completou o ginasta.

Responsável pela preparação de Mosiah, o técnico Leonardo Finco, do GNU, ainda não recebeu orientação da CBG sobre o novo sistema. "Eu não fui contactado, não sei de nada. Continuo trabalhando com a minha equipe no União", disse ele.