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Mário Celso Petraglia, presidente do Conselho Deliberativo do Atlético, e Orlando Pessuti, vice-governador do Paraná, em reunião no Rio, em fevereiro | Márcio Alves
Mário Celso Petraglia, presidente do Conselho Deliberativo do Atlético, e Orlando Pessuti, vice-governador do Paraná, em reunião no Rio, em fevereiro| Foto: Márcio Alves

Petraglia diz que rivais estão mais atentos

Mário Celso Petraglia está preocupado com a possibilidade de Curitiba – e por conseqüência a Arena da Baixada – não receber os jogos da Copa do Mundo de 2014. De acordo com o presidente do Conselho Deliberativo do Atlético, a capital paranaense não está "fazendo a lição de casa corretamente". "Outras cidades estão trabalhando, politicamente e tecnicamente, muito mais do que nós", alerta.

Nesta entrevista, concedida por telefone na quinta-feira, o cartola rubro-negro fala ainda da conclusão do estádio, de sua divergência recente com o presidente da Federação Paranaense de Futebol (FPF), Hélio Cury, um pouco de futebol e muito de Mundial no Brasil.

Confira a entrevista

Capital paranaense terá apresentação dividida em três blocos no Rio

A apresentação da candidatura de Curitiba como sede da Copa do Mundo de 2014 será dividida em três blocos, de 15 minutos cada. O secretário estadual de Turismo, Celso Caron, abre o evento falando de questões como infra-estrutura, segurança e transportes.

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Rio - "Curitiba só perde a Copa para si mesma". A frase é repetida à exaustão por todos os envolvidos na candidatura paranaense como sede do Mundial de 2014, no Brasil. Ninguém da tropa de choque do comitê estadual, criado pelo governador Roberto Requião na semana passada para alavancar a campanha, imagina a possibilidade de a capital ser preterida em março do ano que vem, quando a Fifa define as dez cidades que receberão as partidas do principal torneio de futebol do planeta – a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) ainda tenta convencer a entidade internacional a aumentar para 12 o número de cidades.

"Eles (delegados da Fifa) teriam de explicar muito bem, com argumentos convincentes, a razão de deixar uma cidade como Curitiba de fora do Mundial", diz o presidente da Federação Paranaense de Futebol (FPF), Hélio Cury, que, ao lado do vice-governador Orlando Pessuti, do vice-prefeito de Curitiba, Luciano Ducci, e do secretário estadual de Turismo, Celso Caron, integra o Comitê Paranaense pró-Copa de 2014. "Tudo o que tem se falado é pura especulação. Neste momento ninguém está na frente de ninguém. E eu tenho plena convicção de que o Mundial virá para o nosso estado", acrescenta Pessuti, refutando uma briga particular com Cuiabá, a capital do Mato Grosso, por uma das vagas.

Parte do grupo está desde sexta-feira no Rio de Janeiro fazendo lobby com a cúpula da CBF – leia-se o presidente Ricardo Teixeira. Amanhã à tarde, a comissão tem 45 minutos para apresentar os pontos fortes da candidatura curitibana no seminário organizado pela entidade (leia mais nesta página).

"Já na última vez em que estivemos no Rio (em fevereiro), o comentário geral era de que se a Copa fosse naquele momento, a única cidade em condição de recebê-la seria Curitiba", ressalta o secretário municipal de Turismo, Luiz de Carvalho, que irá representar Ducci, ocupado com a reeleição de Beto Richa, no encontro na capital fluminense.

Apesar do otimismo, antigos dilemas ainda atormentam a pretensão local. É aí que entra a frase "Curitiba só perde a Copa para si mesma".

O bate-boca entre Hélio Cury e o presidente do Conselho Deliberativo do Atlético, Mário Celso Petraglia, logo na primeira reunião do grupo, na quarta-feira, indica que a união política em torno do evento parece ficar somente na retórica. Petraglia queria que a FPF confirmasse de uma vez por todas a Baixada como palco da Copa na capital paranaense, respeitando o Caderno de Encargos da Fifa. Cury, por sua vez, indica apenas a vantagem atual do complexo esportivo rubro-negro, optando por não fechar portas – o que animou o Coritiba a tentar passar a rasteira no rival.

"Isso existia lá atrás, nos primeiros momentos. Conseguimos superar, não existe mais divisão. Tanto que tem gente que é do nosso lado e também que não é", afirma Pessuti, fazendo referência ao rompimento político entre a prefeitura e o governo. "São picuinhas superadas", complementa o presidente da FPF.

A CBF informou, via assessoria de imprensa, que ainda não há nada definido e que a escolha das sedes será uma prerrogativa exclusiva do Comitê executivo da Fifa – comissão em que Ricardo Teixeira é um dos integrantes mais influentes.

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As ameaças

Cuiabá pode tirar a Copa de Curitiba? E a vizinha Florianópolis? Qual seria o impacto de uma opção por privilegiar o potencial turístico do Nordeste? Veja quais são as principais ameaças ao Mundial na capital do Paraná.

Cuiabá

A informação de que a capital do Mato Grosso estaria tirando de Curitiba uma vaga para sede da Copa de 2014 surgiu no começo do mês. O relacionamento do governador Blairo Maggi com o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, e a possibilidade de divulgar o Pantanal como ponto turístico estariam pesando na escolha. Tanto a CBF quanto o governo do MT desmentem oficialmente a versão. Para o Comitê Pró Copa no Pantanal, a briga de Cuiabá é com a vizinha Goiânia.

Florianópolis

Por critérios políticos, Porto Alegre já está garantida como sede do segundo Mundial no Brasil. O lobby agora é para que sejam escolhidas pela Fifa duas cidades da região Sul. Com isso, a briga seria diretamente com a capital catarinense, que se movimenta politicamente para confirmar o Orlando Scarpelli, estádio do Figueirense.

Nordeste

No caso de a Fifa decidir por apenas dez sedes, Curitiba precisa tirar do Nordeste uma indicação (Salvador, Recife/Olinda, Fortaleza, Maceió e Natal estão no páreo). Pesa em favor da região o aspecto turístico e a temperatura durante a disputa – em Curitiba, por exemplo, será inverno.

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