Carlos Garletti, de Ponta Grossa, treina no Santa Mônica| Foto: Divulgação
Entenda tudo sobre a modalidade

O atirador Carlos Garletti, 37 anos, espera sair hoje do Clube Santa Mônica com a convocação garantida para a sua segunda Paralimpíada. O paulis­­ta radicado em Ponta Grossa desde a infância é um dos mais cotados para ocupar a única vaga brasileira nos Jogos Paralímpicos de Londres, com início em 29 de agosto, no tiro esportivo.

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Para isso, precisa confirmar seu rendimento na 2.ª Copa Brasil da modalidade, iniciada ontem em Curitiba. Última chance de classificação, a disputa ocorre no estande do clube bem conhecido por Garletti e onde ele costuma treinar. Lá, encontrou neste fim de semana cerca de 40 atiradores de 10 estados brasileiros (CE, ES, SP, SC, PI, MS, RS, RJ, GO e PR).

Mas os seus grandes concorrentes são Débora Campos e Sérgio Vida. O trio conquistou a qualificação mínima na Copa do Mundo de Sydney, em 2011, e segue na briga. A convocação oficial da delegação brasileira para os Jogos Paralímpicos será divulgada no dia 20 de junho.

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Carlos Garletti está animado. Além de ter treinado bastante, os últimos resulta­­dos aumentam a sua confian­­ça. Em abril, na Copa do Mundo de Tiro Esportivo, em Szczecin, na Polônia, ele quebrou o recorde brasileiro na prova de carabina de ar deitado SH1, com 597 pontos – o acerto ‘na mosca’ do alvo equivale a 10 pontos. Um mês antes, havia batido o recorde nacional no final, na 1.ª Copa Brasil de Tiro, também em Curitiba, com 595 pontos.

"Estou me especializando nas provas de carabina deitado, tanto no ar quanto na bala a 50 m. Estava muito afiado na Polônia, próximo dos 598 pontos, quando fui atrapalhado por algumas pessoas. Isso causou certa confusão e terminei com 597. Fiquei próximo do recorde mundial, que é de 600 pontos", contou Garletti.

O atirador foi o único representante sul-americano na Paralimpíada de Pequim. Após o 17.º lugar em 2008, se conseguir a vaga, ele almeja melhorar sua participação na Inglaterra. "Prometer medalha é complicado, mas tenho condições de brigar por uma vaga na final", afirma.

A mira, ele garante, está afiada. Aval dado pela profissão. Carlos Garletti é oftalmologista em Ponta Grossa. Ele divide o tempo entre o consultório, a família e os treinos, que realiza também no quintal de casa, onde montou um estande.

Antes corredor, Garletti começou a se dedicar ao tiro esportivo há oito anos, após sofrer um acidente de parapente que lhe causou fratura na coluna. "No começo cheguei a ficar em cadeira de rodas. Por ser médico, você sabe das consequências e tudo que pode acontecer. Acho que foi até pior", revela.

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Mas o físico moldado pela corrida acelerou a recuperação e o tiro rendeu mais ânimo e concentração. "Com o esporte você se sente útil", comenta. Apesar de andar normalmente, perdeu parte da força. Assim, compete sentado e deitado.

Serviço

Copa Brasil de Tiro Esportivo, hoje das 8h30 às 14 h, no Santa Mônica Clube de Campo, Rodovia Régis Bittencourt (BR-116), km 6. A entrada é livre.