Transporte teve boa avaliação dos inspetores
Curitiba praticamente não aparece no relatório elaborado pelos inspetores da Fifa que estiveram no país avaliando as condições do então candidato a sede da Copa do Mundo de 2014. Algo que, contraditoriamente, não pode ser considerado ruim.
A capital paranaense é citada somente nos anexos do documento, usados pela comissão para informar os estádios, aeroportos e o sistema de transporte das 18 cidades que lutam para receber os jogos.
Nas 37 páginas anteriores do dossiê, a análise contempla um cenário geral do país. As poucas citações a municípios no relatório ocorrem, na maioria das vezes, nos casos em que foram detectados problemas como na falta de leitos a baixo custo oferecidos à Fifa em São Paulo e Rio de Janeiro. No quesito transporte, Curitiba se saiu bem com sua declarada frota de 1.800 ônibus e 2.300 táxis, além da promessa de melhorar o acesso à Arena. Seis candidatos foram reprovados nesse tema: Campo Grande, Cuiabá, Florianópolis, Maceió, Natal e Rio Branco. (SG)
Intensa disputa marcou escolha do estádio do PR
A articulação política que faltou para levar uma comitiva paranaense à Suíça, para o anúncio do Brasil como sede da Copa, sobrou na escolha do estádio de Curitiba para o Mundial. Entre os meses de abril e maio, clubes, Federação e políticos se dividiram para defender Arena ou Pinheirão.
A primeira indicação do governo estadual foi pela Copa no Pi-nheirão. O estádio da Federação seria substituído por uma nova praça esportiva com custo de US$ 50 milhões bancada por um investidor estrangeiro. Ao lado de Onaireves Moura, idealizado do projeto, posicionaram-se os presidentes do Coritiba, Giovani Gionédis (que também tinha planos para o estádio), e do Paraná, José Carlos de Miranda.
Nos bastidores, o Atlético iniciou intensa mobilização política, liderada pelo deputado estadual Alexandre Curi, para que a Arena fosse indicada. A decisão final da substituição foi tomada pelo vice-governador, Orlando Pessuti.
Curiosamente, dois dos principais entusiastas da Copa no Pinheirão, Moura e Miranda, deixaram seus cargos por má administração meses após a escolha da Baixada.
Com o Brasil confirmado oficialmente como a sede da Copa de 2014, uma briga bem mais apertada está começando. Diferentemente do que aconteceu com o país pentacampeão, que teve a escolha pela Fifa facilitada por ser candidato único, as cidades que desejam abrigar os jogos terão de enfrentar concorrência pesada. Ao todo, 18 municípios estão em campanha para participar do Mundial. Pela Fifa, de 8 a 10 locais serão eleitos para receber as partidas, mas o Comitê Organizador espera elevar esse número para 12.
Com isso, até dezembro do próximo ano, pelo menos seis postulantes serão eliminados. A decisão, que ficará a cargo do Comitê, chefiado por Ricardo Teixeira, certamente levará em conta aspectos técnicos, mas sem esquecer dos políticos. É nesse segundo ponto que a candidatura de Curitiba sai em desvantagem. A capital do estado tem atuado de maneira discreta, enquanto os oponentes partiram para o campo de batalha com tudo.
No anúncio do Brasil como sede, ontem, em Zurique, 12 governadores dividiram o momento e aproveitaram para fazer média com Teixeira. Ninguém, porém, do governo paranaense. Apesar de não ter recebido um convite formal para compor a comitiva brasileira na Suíça, a administração estadual foi informada pela presidência da República que Lula iria para o evento com alguns representantes. Mesmo assim, não houve movimentação.
Posição oposta à dos rivais. "Acho que seria importante nossa presença lá para o efeito de fortalecer questões da Copa", afirmou o governador de São Paulo, José Serra, ao tornar pública sua decisão de se juntar à delegação nacional em solo suíço.
Comportamento aprovado por Ricardo Teixeira, como deixou claro o presidente da CBF em seu discurso. "A Copa do Mundo de 2014 será de todos os brasileiros. A presença, aqui, de autoridades, governadores e do presidente Lula, representa também a seriedade com que a candidatura do Brasil foi tratada e conduzida em todo o processo".
A apatia política na defesa de Curitiba como sede deixou inconformado o presidente do Conselho Deliberativo do Atlético, Mário Celso Petraglia. "É a sedimentação de um comportamento de desmotivação política. O governo não tem demonstrado, pelos seus atos, o interesse, o objetivo real e profundo da vinda da Copa para Curitiba", reclamou.
O vice-governador Orlando Pessuti afirmou que a ausência em Zurique deve levar a uma mudança de estratégia. "Temos de ter uma postura mais agressiva, estar de corpo presente em todas as movimentações que levem à definição das sedes e não confiar só no que os outros dizem", revelou. Segundo ele, já está prevista uma reunião na CBF assim que a cúpula da entidade voltar da Europa.
O desenho atual da batalha interna coloca em ampla vantagem São Paulo, Rio, Porto Alegre, Brasília e Belo Horizonte locais visitados pelos emissários da Fifa. Outras seis cidades estão em situação delicada após terem sido reprovadas no relatório da entidade por problemas no transporte: Campo Grande, Cuiabá, Florianópolis, Maceió, Natal e Rio Branco. Já Belém, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, Manaus, Recife/Olinda e Salvador entrariam em igualdade de condições na luta por de três a sete vagas. Desses, só o Paraná não mostrou a cara na Fifa.
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Inter@tividade
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