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Nedo Xavier em três atos na partida do Boa contra o Paraná em Curitiba: técnico se especializou no futebol mineiro | Fotos: Edeson Alves/ Gazeta do Povo
Nedo Xavier em três atos na partida do Boa contra o Paraná em Curitiba: técnico se especializou no futebol mineiro| Foto: Fotos: Edeson Alves/ Gazeta do Povo

Saia às ruas de Curitiba ou de qualquer outra cidade paranaense e pergunte por Nedo Xa­­vier. Serão poucos os que vão re­­conhecer este nome. Com poucas chances no futebol local, o treinador curitibano, de 58 anos, construiu boa parte da carreira em Minas Gerais e, hoje, comanda a principal surpresa da Série B: o Boa Esporte Clube, time que, de cotado ao rebaixamento para a Tercei­­rona, tornou-se um dos fortes candidatos ao acesso para a Série A.

Torcedor do Atlético na in­­fância, o primeiro clube de Nedo, ainda como jogador, foi o Colorado – um dos times que deu origem ao Paraná. Já fora das quatro linhas, o trabalho inicial foi no Coritiba, onde permaneceu por cinco anos, atuando como treinador das categorias de base e auxiliar técnico da equipe principal.

Apesar da relação com os três clubes da capital, Nedo não se firmou profissionalmente em sua terra natal. "Foi até por falta de uma oportunidade mais concreta mesmo. Eu gostaria de trabalhar aí [em Curitiba], mas não deu certo", conta o técnico, que ainda registra breves passagens por Malutrom (atual J. Malucelli) e Rio Branco. "Mas isso ficou para trás. Não vejo como um problema", ameniza.

O verdadeiro "casamento" do curitibano se deu com o Boa, antigo Ituiutaba. Ele está em sua quarta passagem pelo clube de Varginha, onde conquistou dois títulos de campeão do interior mineiro (2007 e 2008), além do acesso da Série C para a Segundona, no ano passado. O novo "feito" está sendo levar o Boa a brigar por uma vaga na Primeira Divisão – até a 28ª rodada, o time era o quinto colocado da Série B, a três pontos do G4.

"É um clube atípico. Aqui o atleta passa a maior parte do tempo concentrado durante o campeonato, as folgas não são constantes e pegamos pesado na preparação física. Eles de­­pendem do futebol e sabem que isso é importante para eles. Tem dado resultado", diz Nedo.

O desempenho surpreendente pode tornar o Boa o único representante de Minas Gerais na elite do futebol brasileiro em 2012, já que América, Atlético e Cruzeiro lutam contra o rebaixamento na Série A. A situação era inimaginável para uma equipe que começou o ano na Segunda Divisão do Mineiro.

"Quero crer que isso [queda dos três mineiros no Brasileiro] não vai ocorrer. Com a estrutura que eles têm, não podem cair nessa situação. E nós primeiro queremos nos garantir matematicamente na Série B e depois pensamos em acesso", afirma o treinador, em um discurso de tom "pés no chão". "Nossa folha salarial é de R$ 140 mil. Sempre que jogamos fora de casa, temos de viajar 320 quilômetros de ônibus até São Paulo para pegar um avião. Não temos luxo", emenda.

Rejeitando a ideia de que "santo de casa não faz milagre", Nedo prefere seguir o ditado de que "o bom filho à casa torna" e não rejeita a ideia de um dia voltar a trabalhar em um clube de Curitiba.

"Eu sou um torcedor do futebol paranaense e um profissional da área. Se tiver proposta e me derem uma estrutura boa para desenvolver um trabalho, por que não? Eu adoro Curitiba", arremata.

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