A medalha de ouro de Cesar Cielo nos Jogos Olímpicos de Pequim, assim como os títulos nos mundiais de piscina longa e curta, elevaram a natação brasileira a um patamar inimaginável. Mesmo nomes como Ricardo Prado, Gustavo Borges e Fernando Scherer não foram suficientes para que o esporte estivesse na boca do povo. Como consequência, o mundo mirou e apontou o país como uma nova potência na modalidade e aguarda novos nomes que estejam no mesmo nível que o campeão mundial.
O paranaense Henrique Rodrigues segue as braçadas de Cielo em busca do seu lugar ao sol. Mesmo sem querer, acaba, naturalmente, se aproveitando do bom momento do amigo. "O Brasil acabou virando uma potência na natação e agora é muito mais respeitado", afirma Rodrigues, que alcançou o 4.º lugar nos 200 m medley e chegou à final dos 100 m medley no campeonato mundial de piscina curta, realizado em dezembro, em Dubai.
Além da projeção dada aos nadadores brasileiros, a questão financeira ganhou um impulso que beneficiou o esporte como um todo. "O efeito do Cielo abriu portas para todo mundo. Por causa dele aumentaram as oportunidades de patrocínio e a tendência é melhorar ainda mais", comenta. Mas não é só a projeção e o apoio que ajudaram os nadadores brasileiros, pois a questão psicológica também cai na piscina e funciona como combustível para alcançar resultados significativos. "Ter um companheiro no pódio, emocionado, deixa a gente querendo chegar lá também."
Apesar de ter Cielo como exemplo e por vezes ser comparado a ele ou mesmo Thiago Pereira, Rodrigues refuta o título de "novo Cielo". "Sou o Henrique e sou diferente", garante. O nadador conseguiu resultados positivos em 2010, mas está longe de se acomodar. "Participei de várias competições e em todas competi muito bem. Conseguir a 4.ª colocação [no Mundial de piscina curta] foi muito legal, mas não estou satisfeito. Nenhum atleta fica satisfeito. É a mesma coisa que chegar em 8.º, mas para o meu primeiro Mundial de curta foi bom."
O atleta agora só quer saber de estar em Londres, em 2012, e para isso exige de si mesmo que 2011 precisa ser um ano perfeito. No caminho tem o Troféu Maria Lenk, que é a seletiva para o Mundial de Xangai. Rodrigues tem como foco as provas de 200 e 400 m medley e vai voltar toda sua preparação para isso, inclusive deixando de lado algumas competições nacionais.
Como o momento é decisivo, não quer nem saber de treinar no exterior. "No começo do ano, estava com vontade de sair, mas agora não vale mais a pena. O Pinheiros [clube onde treina] tem uma estrutura excelente e com ótimos profissionais. Hoje não tem a mesma necessidade de sair."
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