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Leonardo Reginatto, 22 anos, começou no beisebol por influência de uma vizinha japonesa. Hoje, joga nos EUA | Marcelo Andrade / Gazeta do Povo
Leonardo Reginatto, 22 anos, começou no beisebol por influência de uma vizinha japonesa. Hoje, joga nos EUA| Foto: Marcelo Andrade / Gazeta do Povo

Mundial

Brasil entra no grupo dos 16 melhores

A conquista da vaga para o World Baseball Classic (WBC) 2013, o campeonato mundial da modalidade, que chega a sua terceira edição, representou para o Brasil a superação de uma equipe em um esporte com pouco estímulo. Nas eliminatórias, realizadas no Panamá, a seleção era vista como "zebra" diante de equipes como Nicarágua, Colômbia e a dona da casa, favoritas da chave.

Porém a atuação brasileira superou as expectativas. Na primeira partida, o Brasil enfrentou a equipe panamenha. Após ver o adversário abrir o placar, as mudanças feitas pelo técnico Barry Larkin, considerado peça-chave na conquista, permitiu a virada e a confirmação do placar de 3 a 2.

No segundo jogo, contra a Colômbia, domínio total. Os brasileiros não deram chances: 7 a 1. Com duas vitórias, veio a vaga na decisão, em novo confronto contra o Panamá. O Brasil, de forma sofrida, venceu por 1 a 0, placar que lhe garantiu a primeira participação no WBC. 16 equipes se classificaram para a competição, que será disputada em março, em Porto Rico. A seleção brasileira enfrenta na primeira fase, em chave composta por países latino-americanos, a Venezuela, considerada a mais forte no grupo, Porto Rico e República Dominicana. (PA)

World Baseball Classic

Conheça as chaves do torneio mundial marcado para março:

Grupo A

Japão (bicampeã do WBC), China, Cuba (tricampeã olímpica – 1992, 1996 e 2004) e Espanha.

Grupo B

Coreia do Sul (ouro em Pequim-2008), Holanda, Austrália (prata em Atenas-2004) e Taiwan.

Grupo C

Venezuela (3ª colocada no WBC 2009), Porto Rico, República Dominicana e Brasil.

Grupo D

Estados Unidos (ouro em Sydney-2000 e bronze-1996 e 2008), Itália, México e Canadá.

  • Leonardo Reginatto, 22 anos, começou no beisebol por influência de uma vizinha japonesa. Hoje, joga nos EUA
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  • Leonardo Reginatto, 22 anos, começou no beisebol por influência de uma vizinha japonesa. Hoje, joga nos EUA
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Assim como muitos garotos brasileiros, o curitibano Leonardo Reginatto tinha o sonho de ser jogador de futebol. Mas graças a dona Marisa Keiko Nakashima, vizinha da família, o atleta, aos 7 anos de idade, foi apresentado ao beisebol. O esporte, disseminado pela comunidade japonesa, é pouco conhecido no Brasil e sofre com o pouco incentivo. Foi nele que o jovem encontrou sua verdadeira vocação.

FOTOS: Confira fotos de Leonardo Reginatto

Hoje, aos 22 anos, depois de muitos percalços colocados em seu caminho, especialmente pela falta de estímulo, ele se consolida como um dos principais jogadores da seleção brasileira da modalidade e como um dos responsáveis pela conquista feita no Panamá, há uma semana, da inédita vaga no World Baseball Classic (WBC), o Mundial da modalidade, que chega a sua 3.ª edição em 2013.

A trajetória de Leonardo no esporte teve muitos capítulos. No Paraná Clube, um dos mais antigos centros de formação de beisebol no estado, fez seus primeiros arremessos e rebatidas, mas sem ambicionar um futuro como atleta. "Eu nunca pensei em jogar beisebol profissional", conta. Durante esse período, fez muitas participações nas seleções brasileiras juvenis, mas tudo encarado como hobby.

Aos 15 anos, o atleta se viu obrigado a sair do clube por falta de membros na equipe tricolor. No ano do vestibular, quase desistiu de tudo por uma carreira na engenharia ambiental. Mas, em 2008, durante um treino em Marília, no interior de São Paulo, as portas do futuro se abriram. Um olheiro do Tampa Bay Rays, clube da principal liga dos Estados Unidos, descobriu Reginatto e desde então ele se prepara, nas categorias de base do time, para o momento de estrear oficialmente na Major League of Baseball (MLB).

Essa história de triunfo, no entanto, é pura exceção. Alberto Yamamoto, diretor do Paraná Clube e vice-presidente de Federação Paranaense de Beisebol e Softbol, ressalta o momento ruim para o esporte no Paraná.

"A uns 25, 30 anos atrás, quase todas as cidades no estado tinham equipes de beisebol. Porém o número de clubes que praticavam a modalidade veio se reduzindo aos poucos. Quando houve a retirada do beisebol da Olimpíada [após 2008], causou um enfraquecimento ainda maior. O Paraná, no momento, como no Brasil todo, o beisebol deixou de ter uma prática mais intensa."

O presidente da Con­fede­ração Brasileira de Beisebol e Softbol (CBBS), Jorge Otsuka, indica que a falta de incentivo nacional ainda é o principal problema para a consolidação do esporte no cenário brasileiro. "Como não temos nenhum incentivo no Brasil, a meninada acaba se destacando em times no exterior, como no Japão e nos Estados Unidos [caso de Reginatto], que dão grande apoio." Segundo o dirigente, dos 28 atletas da seleção, apenas 4 residem e treinam no país.

Apesar de todas essas dificuldades encontradas por quem pratica beisebol, a conquista brasileira no Mundial, aliado a novos projetos de treinamento de jovens, traz algum alento. "Junto com a MLB e com o Sesc estamos fazendo uma parceira que vai começar a funcionar a partir do ano que vem. O Sesc vai fornecer material humano e local de treinamento, a CBBS a parte técnica e a MLB entra com o projeto e equipamento. Nós queremos massificar e divulgar o beisebol, atingindo em torno de 4 mil crianças", sonha Otsuka.

Veja fotos do curitibano Leonardo

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