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Trailer | Divulgação/RKO Radio Pictures Inc.
Trailer| Foto: Divulgação/RKO Radio Pictures Inc.

Do Ahú para o México, de Santa Felicidade para a Itália, da Vila Fanny para Portugal. Da Suburbana... para o mundo! Passar por Atlético, Coritiba e Paraná, que nada. Hoje em dia, em se tratando de negociações de jogadores, o campeonato amador de Curitiba segue a tendência do futebol profissional no Brasil e, cada vez mais, vê seus jovens buscando o sonho europeu.

Entre os clubes, o assédio de empresários interessados nas possíveis revelações e a vontade da molecada em arrumar a vida divide opiniões. Enquanto alguns cavam trincheiras para se defender dos "piratas da bola", outros até incentivam ou admitem a exportação. Mas, como naquela propaganda antiga de cigarro, "com alguma coisa em comum": o fenômeno recente deixa o campeonato mais atrativo e não há como conter as investidas dos agentes.

No Capão Raso e no Vila Hauer empresário não é bem vindo. "Não sei nem o nome desse demônio, só sei que fala português. Quando é de fora fala tudo enrolado", revela Emílio de Farias, diretor do Pantera do Bairro, sobre ligações que recebeu de um homem misterioso. Contra-ataque de quem teve no ano passado oito atletas do juvenil capturados. Já no Esquadrão de Aço, o treinador Juarez Mocellin teve que intervir no início do ano e barrar o sonho da moçada.

Situação comum que levou o União Ahú a entrar com uma ação no Tribunal de Justiça Desportiva (TJD). Segundo o presidente Roberto Zapechouka, Caio Murilo (conhecido como Magrão) sumiu na calada da noite e foi aparecer no Real Brasil, que disputa a Divisão de Acesso do Campeonato Paranaense. "O Magrão está registrado no União Ahú, e tentaram levar ele para o México", conta. Dirigentes do Real Brasil foram procurados pela reportagem, mas não atenderam as ligações.

O registro no início do ano na Federação Paranaense de Futebol (espécie de inscrição para as competições) é uma forma dos clubes evitarem o êxodo – dessa forma, só com uma liberação para poder atuar por outro time. No entanto, carentes como seus próprios atletas, as equipes acabam cedendo até em troca de algumas bolas e jogo de camisa. O empresário faz o agrado e leva o jogador.

Diante do forte apelo da chance de encher o bolso de euros ou dólares o Vila Fanny liberou domingo à noite Alan e Ceará, da sua equipe de juniores, para tentar a sorte em Portugal. "No fundo, eu torço para o menino tomar o rumo. É uma chance de salvá-lo", comenta Eliseu Siebert, presidente do Fanny.

Betinho, 19 anos, centroavante do Iguaçu, é a bola da vez. O jogador nega, mas seu destino seria o México. Ele, claro, sonha alto com uma transferência. "Seria muito bom, mas não tem nada certo", disse. O certo pode vir em breve, através de um auxílio de Cassiano Xavier, representante da Zagallo Sports (empresa de propriedade do filho do ex-técnico Mário Jorge Lobo Zagallo). Da equipe de Santa Felicidade, Peterson também pode partir para o Velho Mundo.

"A Suburbana é um grande celeiro, pois os clubes profissionais todos estão segurando seus garotos", avalia Xavier. Não é a mesma opinião de Ivo Petry, técnico do Combate Barreirinha e especialista em Suburbana. "Os atletas carecem de melhor preparação técnica, treinamentos mais fortes, e devem passar por times profissionais antes de seguir para fora do país".

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