Daiane dos Santos está acostumada com as críticas e os comentários de que está na hora de parar. Transforma tudo isso em motivação. E ela está novamente com aquele sentimento de dar a volta por cima.

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- Meu objetivo daqui pra frente está todo focado nas Olimpíadas de Pequim - garante.

Após fazer uma ressonância magnética na semana passada, Daiane iniciou o tratamento para se recuperar da lesão no pé, que tirou suas chances de medalha nos Jogos Pan-Americanos e no Mundial de Stuttgart. A ginasta treina diariamente, mas apenas os exercícios sem impacto: braço e paralelas assimétricas.

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- Somente quando me recuperar 100% é que voltarei a treinar exercícios com impacto. Não quero correr nenhum risco. Na verdade, meu problema hoje não está no joelho, como ocorreu há algum tempo. Está no pé - disse Daiane, negando que vai parar de competir por não agüentar mais as dores.

- Os boatos surgem como surgiram na outra Olimpíada. Hoje ainda não posso falar sobre como estarei daqui a um ano, mas meu maior objetivo é me recuperar para chegar bem em Pequim. Quero estar lá para lutar por medalhas para o Brasil. Sinto-me muito confortável para as Olimpíadas. Temos muito tempo para a minha recuperação. Esse é o momento correto de eu parar e recuperar a lesão para estar 100% no ano que vem.

Daiane vive um momento que luta contra o seu maior adversário: o próprio corpo. Não há um problema crônico. Mas o acúmulo deles atrapalha os treinos e o desempenho da ginasta. Quando surge uma lesão, ela procura diminuir o ritmo de trabalho, pára de fazer os movimentos mais difíceis no solo e começa a tratar. Após a recuperação, volta a treinar mais forte. Mas aí aparece um novo problema que a faz parar mais um tempo novamente. E esse ciclo vem se repetindo.

Depois de se sacrificar e ajudar a seleção brasileira a se classificar para as Olimpíadas de Pequim, Daiane agora espera garantir a sua participação.

- Ainda não cumpri todo o meu papel, apenas parte dele. Só estarei completa quando terminarem os Jogos de Pequim. Ainda tenho mais a oferecer para a Seleção. Pequim sem dúvida será um momento muito importante na minha carreira. Quero chegar lá zerada para render o meu melhor. Vou lutar com força total por medalhas. Somente após Pequim começarei a pensar nos meus objetivos pessoais.

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Pelos últimos resultados, Jade Barbosa aparece como a maior esperança de medalha em Pequim. Uma pressão que Daiane sofreu na última olimpíada. Por isso, evita falar em "sucessora".

- Ninguém é sucessor de ninguém. Cada um conquista o seu espaço. Acho que a Jade está buscando o espaço dela. As pessoas a descobriram no Pan e no Mundial. Assim como ela, temos a Kiuane, Ana Cláudia, Ethiene e a Milena, que ainda são bem novinhas, tem 15 anos, e querem mostrar todo o seu potencial, todo o seu talento. Acredito que as apostas sejam grandes na Jade para Pequim. E ela tem grandes chances de trazer um bom resultado para o Brasil, assim como outros nomes da seleção. Não sei se podemos falar em medalhas, mas em boa colocação certamente, sim.

Por causa da atual fase, Daiane encara com naturalidade as declarações do técnico Oleg Ostapenko, que após o Mundial de Stuttgart disse que não sabia se ela teria condições de participar da Olimpíada de Pequim devido as dores por todo o corpo. A ginasta considera que a saída do treinador no ano que vem será ruim para a seleção brasileira.

- A experiência dele nos fará muita falta. Perderemos um grande mestre. Ele e sua equipe ajudam a ginástica brasileira a atingir um nível jamais atingido. Hoje estamos no mesmo nível dos principais nomes internacionais. Espero que todos tenham aproveitado esta experiência de tê-lo aqui conosco.

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