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Ginástica

Daiane prepara transição

O "chip" de País Tropical ainda não entrou na cabeça de Daiane dos Santos. Nem poderia. Escolhida para substituir Brasileirinho como tema das apresentações da ginasta, a música de Jorge Ben Jor ainda está sendo adaptada para adequar-se à nova coreografia. A primeira versão, que teve estréia promocional de gala realizada no Teatro Guaíra, em setembro do ano passado, ficou na geladeira por não ter agradado à atleta e pela falta de tempo para alterá-la. Na época, ela sugeriu modificações em alguns arranjos, buscando uma identidade mais nacional. "Eu queria uma coisa mais brasileira, uma mistura de ritmos, o Brasil tem vários estilos de música que podemos utilizar", explicou Daiane, ontem à tarde.

As competições do fim da temporada passada impediram que o clássico de Ben Jor fosse mexido, tarefa que finalmente estava marcada para ontem. "Quando acabar o segundo turno de treinamento, eu vou para o estúdio e nós vamos dar uma olhada", disse a atleta. Mais de dez músicos cuidaram da adaptação da canção para os 90 segundos de tablado, e continuariam trabalhando nos ajustes. "O tempo estava errado, vamos alterar o mapa da música para então pensar na coreografia", completou, reforçando que somente após a versão final pensará nos saltos e piruetas.

A escolha da trilha sonora da principal representante da ginástica brasileira foi feita por Maria Ângela Molteni, produtora musical de Curitiba, e faz parte de um projeto que visa consagrar uma identidade nacional da ginástica do Brasil mundo à fora. A intenção é de que onde houver uma atleta brasileira se apresentando, uma música fortemente identificada com a terrinha ecoará nas caixas acústicas. Sendo assim, Camila Comin saltará ao som de Carinhoso; Daniele Hypólito, de Cidade Maravilhosa; Laís Souza, de Aquarela do Brasil; Ethiene Franco, de Vassourinhas; e Ana Paula Rodrigues, de Águas de Março.

A possível estréia em competições de País Tropical poderá acontecer em março, nas etapas da Copa do Mundo em Lyon, na França, e Cottbus, na Alemanha. Entretanto, depende ainda da definição da equipe que seguirá à Europa, e Daiane pode não ir. Caso ela seja escalada pelo técnico Oleg Ostapenko, ficará faltando então a "instalação" da tal pecinha de computador. "A música entra na nossa cabeça como se fosse um ‘chipzinho’, fica gravada e nós reagimos automaticamente. Preciso de um tempo para que isso aconteça", explicou. Para ela, dois meses serão suficientes para pegar o ritmo e encaixar os movimentos.

Prazo que durou a transição entre Para los rumberos, tema aposentado em abril de 2004, e Brasileirinho, composição de Waldir Azevedo e Pereira Costa que virou marca registrada de Daiane graças à explosão dela no cenário internacional do esporte – trilha de um ouro na final da Copa do Mundo (Birmingham-2004) e três ouros (Rio-2004, São Paulo-2005 e Paris-2005) e um bronze (Stuttgart-2004) em etapas da Copa do Mundo. Agora, no compasso do também brasileiríssimo Jorge Ben Jor, ela anseia repetir as vitórias e seguir empolgando o público. "Espero que seja o mesmo sucesso. Mas não será fácil, pois o Brasileirinho foi uma grande novidade, e as pessoas têm um carinho muito grande por essa música".

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