• Carregando...
Daniele Hypólito e a agora coordenadora de seleções Georgete Vidor: “Acho que a minha experiência vai ajudar” | Marcelo Elias/ Gazeta do Povo
Daniele Hypólito e a agora coordenadora de seleções Georgete Vidor: “Acho que a minha experiência vai ajudar”| Foto: Marcelo Elias/ Gazeta do Povo

Daniele Hypólito tem dez anos a mais do que Nadhine Ourives, a caçula da nova seleção permanente de ginástica artística. Aos 24 anos, a "vovó", como brincam suas colegas mais jovens, tornou-se a principal referência de uma equipe desfalcada de estrelas. Recuperando-se de lesões, Daiane dos Santos, Laís Souza e Jade Barbosa não participaram da seletiva para o grupo que iniciou neste mês o novo ciclo olímpico.

Chegar a Londres-2012 (sua quarta Olimpíada) é seu último objetivo como ginasta. A dura jornada de treinos até lá será compartilhada com a conclusão do curso de Educação Física e a elaboração de uma tese de mestrado em marketing esportivo, as bases para seu futuro longe das traves, barras e solo.

Responsável pela primeira medalha do país em mundiais (prata em 2001), Daniele quer usar seus contatos, a intimidade com o universo esportivo e o próprio nome para abrir portas para patrocinar atletas e ajudar na gerência de carreiras.

"Não quero ser treinadora, pois não é o meu perfil. Mas vou continuar na ginástica ajudando com uma empresa própria. Será muito bom para mim trabalhar nesse ramo, porque será a visão de uma atleta ajudando novos atletas a atrair investidores. Conheço bastante como as coisas acontecem e acho que a minha experiência vai ajudar", afirmou.

Uma carreira de experiências boas e também ruins. O acontecimento desagradável mais recente envolveu a ameaça de não renovação de contrato com o Flamengo, onde ela treina ao lado do irmão Diego Hypólito e de Jade Barbosa.

Vinda de família humilde, Daniele chegou ao Rubro-Negro carioca em 1994 como contratada, situação incomum no Brasil. Recebeu do clube moradia, escola para ela e seus dois irmãos e um salário, sem contar que seu pai tornou-se o motorista do ônibus do clube e sua mãe confeccionava roupas para a equipe de ginástica. Um ligação longa e forte que aumentou o drama recente do fim da ginástica no clube.

A prefeitura de Niterói ofereceu uma ajuda de R$ 80 mil por mês à equipe e outros apoios estão sendo negociados. Assim, a paulista que tem o Rio como casa continuará treinando na Gávea.

O episódio reforçou a insatisfação da Pequena Notável com os rumos do esporte brasileiro. "É assim que o Brasil quer organizar uma Olimpíada (o país concorre à sede dos Jogos de 2016)? Tem de ser igual ao Pan, quando houve investimento e o país teve um grande desempenho. Encostamos em Cuba no quadro de medalhas (60 x 56 em ouros), foi uma festa para nós. Se continuar como está, faremos uma festa para os outros em 2016 e daremos vexame", criticou.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]