O Coritiba falhou, tentou de todos os jeitos, mas não conseguiu entregar a liderança nas mãos do Náutico. Graças a um personagem quase anônimo que até outro dia, dispensado por deficiência técnica por Estevam Soares, corria no Parque Barigüi para manter a forma física.
Redescoberto por Paulo Bonamigo, Rodrigo Batata saiu da reserva para arrumar o time e marcar, aos 47 minutos do segundo tempo, o gol salvador que garantiu o empate de ontem com a Portuguesa por 2 a 2, em São Paulo. O time tem agora 39 pontos, um a mais que o Timbu.
O resultado mantém a escrita alviverde de não se dar bem no Canindé. O time venceu apenas uma vez em 11 partidas no Oswaldo Teixeira Duarte, no dia 29 de setembro de 1976, um tabu próximo de completar três décadas de aniversário.
Ao desprezar os números, Bonamigo foi a primeira vítima do "fantasma português". Apesar de saber que o aproveitamento do time com três zagueiros autênticos cai de 73% para 44%, o técnico optou por escalar mais um defensor, Douglas, ao lado da dupla Marcelo Batatais e Henrique.
Ciência exata, a matemática não perdoou a teimosia do técnico. Com menos de dez minutos de jogo o Coxa já estava perdendo.
Wilton Goiano, recentemente dispensado pela diretoria alviverde, avançou sozinho pela direita e cruzou para outro ex-coxa-branca, Souza. O meia, sem marcação, cabeceou. Artur espalmou e no rebote Alex Alves abriu o placar.
A desvantagem e as seguidas falhas de Douglas, contudo, fizeram com que o treinador finalmente se rendesse à aritmética e ao que acontecia diante de seus olhos. Tirou Douglas, colocou em campo Rodrigo Batata.
Mesmo sem apresentar um futebol melhor, o Coxa ao menos chegou ao empate, com Henrique, de cabeça, aos 45 minutos do primeiro tempo. Detalhe: a jogada foi toda armada por Batatinha, que além de ajudar na criação, conseguiu conter os seguidos avanços dos volantes da Lusa, Marcos Paulo e Cleisson. "Estamos muito mal. Esse gol foi providencial", disse o armador.
De providencial também pode ser chamada a ajuda de Márcio Egídio à Portuguesa. O volante, que mais tarde receberia o cartão vermelho, demorou para subir com Souza, deixando o meia cabecear sozinho, sem chances para Artur.
Gol e agradecimento
Aí foi a vez do filho pródigo voltar à cena para concertar os erros de finalização, do treinador e de Egídio. E de maneira surpreendente. Com 1,62 m de altura, Batata se agigantou no meio da defesa Lusa para empatar de cabeça.
"Agradeço pelo apoio daqueles que nunca me deixaram abaixar a cabeça quando o Estevam era o técnico. Sabia que só dentro de campo poderia dar uma resposta para os que duvidavam de mim", afirmou Batatinha.
Em São Paulo
Portuguesa 2Felipe; Wílton Goiano, Leonardo Silva, Ari e Leonardo (Léo Bonfim); Alexandre, Marcos Paulo, Cleisson e Cléber (Joãozinho); Alex Alves (Diogo) e Souza.Técnico: Candinho.
Coritiba 2Artur; Henrique, Marcelo Batatais e Douglas (Rodrigo Batata); Luís Paulo, Márcio Egídio, Jackson, Cristian e Ricardinho; Eanes (Edu Sales) e William (Alberto).Técnico: Paulo Bonamigo.
Estádio: Canindé. Árbitro: Marcelo de Lima Henrique (RJ). Gols: Alex Alves (P) aos 8 e Henrique (C) aos 45 do 1.º tempo; Souza (P) aos 2 e Rodrigo Batata (C) aos 47 do 2.º tempo. Público e renda: não divulgados. Amarelos: Wilton Goiano, Alex Alves e Diogo (P); Henrique, Ricardinho e Márcio Egídio (C). Vermelho: Márcio Egídio (C).
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