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No final dos anos 80, com a crise financeira que arrasou os principais clubes do futebol paranaense, a palavra fusão virou moda. A situação mais difícil era do Colorado, que estava literalmente falido. Faltava até uniforme para treinamento.

Naqueles duros anos, todas as hipóteses de união eram cogitadas: Pinheiros com o Coritiba, Colorado com o Atlético e outras possíveis. Só não se falava, é claro, em casamento do Atlético com o Coxa.

Depois de idas e vindas, as negociações entre Pinheiros e Colorado vingaram no final de 89. Nas ruas, os torcedores do Coxa e do Furacão – na época era chamado de Rubro-Negro – não perdiam a oportunidade para "tirar um sarrinho".

"Fusão de Pinheiros e Colorado só pode dar Piorado", caçoavam os rivais. Bricandeira à parte, a verdade é que o Paraná Clube é fruto do maior número de fusões já ocorridas no futebol paranaense. O Coritiba, todos os torcedores sabem, é o clube mais antigo dos três grandes da capital (1909) e até hoje mantém a marca de time puro. Sua origem é o Coritybano Foot Ball Clube. O

Atlético é resultado da união, em 1924, do Internacional com o América, dois clubes tradicionais do futebol paranaense na época.

São histórias bem diferentes da do tricolor. Muita bola rolou nas mesas de negociações dos cartolas antes de Colorado e Pinheiros se unirem para formar o Paraná Clube. A genelogia paranista incluiu grandes campeões do passado. Britânia, Ferroviário e Palestra Itália, que deram origem ao Colorado em 1971, conquistaram inúmeros títulos estaduais até os anos 50. O Pinheiros, que surgiu a partir de Savóia (1914), Brasil (1942) e Água Verde (1944) levou os troféus em em 84 e 87.

Trocando em miúdos, os paranistas podem se gabar de terem mais títulos que o Atlético e de estarem bem próximos do Coritiba. Somando os campeonatos conquistas por Ferroviário (8), Britânia (7), Palestra (3), Pinheiros (2), Água Verde (1) e Colorado (1), mais os sete do Paraná, já são 28 pódios. Um número que não dá para desprezar. E só não é maior porque depois do sucesso nos anos 90, o Tricolor entrou em crise de conquistas.

Célio Martins, jornalista.

Célio Martins foi repórter e editor de Esportes da Gazeta do Povo. Atualmente é editor de Brasil.

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