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Final de Libertadores no Morumbi, em São Paulo; jogadores tensos no sofá, em Curitiba, assistindo ao jogo pela televisão. Esse é o drama de dois dos principais atacantes do Atlético na campanha do Brasileiro do ano passado, que classificou o time para o torneio continental.

Dagoberto nem chegou a sentir o gosto da campanha vitoriosa na disputa sul-americana. Denis Marques está inscrito, participou de cinco jogos, mas foi suspenso pela Fifa por problemas na sua transferência para o Rubro-Negro. Pode ser campeão à distância. No momento mais importante da história do Furacão, ambos têm de se contentar com a inglória função de torcedor comum.

Assim que se contundiu no Brasileiro do ano passado, no clássico contra o Paraná, a previsão de Dagoberto era de retorno aos gramados em abril. Com isso, o habilidoso garoto de 22 anos poderia disputar as fases finais do torneio sul-americano.

A recuperação do joelho esquerdo demorou mais do que o previsto e o sonho de contar com o jovem astro desapareceu. "Levo tudo isso numa boa, com tranqüilidade, mas o que eu queria mesmo era estar dentro de campo. Não deu. Era mais importante fazer tudo certinho para eu voltar na hora certa", comentou Dagoberto. Na esperada volta aos campos, desta vez no clássico contra o Coritiba, acabou distendendo a coxa direita.

Segundo ele, que esteve na Arena nos jogos em Curitiba, a marca dos companheiros na Libertadores tem sido a superação. "O time foi crescendo, encorpando... E a falta de confiança dos outros no Atlético foi nos dando mais força", finalizou.

A ausência do jogador também deve refletir financeiramente. Um bom desempenho na competição aumentaria consideravelmente a cotação do já visado atacante rubro-negro. "Só iríamos mesmo aceitar negociá-lo depois desta temporada. E ele vai ter o restante do Brasileiro para mostrar seu futebol. Não ganhamos agora, mas vamos ganhar no futuro", afirmou o procurador do atleta, Marcos Malaquias.

Denis Marques tem ainda mais motivos para reclamar. Jogou as cinco primeiras partidas, fez dois gols, mas desde 23 de abril só treina. "Fico triste, chateado, queria poder ajudá-los", contou. "Vou ao estádio e dou uma força. É o que posso fazer." O jogador de 24 anos foi suspenso por não pagar uma multa de US$ 700 mil, imposta pela Fifa, que considerou ter ele abandonado o Kuwait F.C., seu antigo clube.

O atacante, que tem como marca trancinhas ao estilo Oséas, espera que o Furacão jogue "de igual para igual" com o São Paulo. "Não dá para ficar esperando eles virem para cima. O negócio é jogar, mas com objetividade", disse ele, que marcou duas vezes na Libertadores.

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