Foguetório na porta do hotel do Cobreloa

A torcida do Paraná levou ao pé da letra a tese de que vale tudo para se dar bem na Libertadores. Na madrugada de ontem, um grupo de paranistas foi para a frente do Hotel Victória Villa, no centro de Curitiba, fazer um foguetório enquanto os jogadores do Cobreloa dormiam.

"Soltamos a primeira bateria de 450 tiros às 3h15, depois de levar uma bronca de um vizinho que mora ao lado do hotel. Voltamos para o posto. Após uma hora, exatamente às 4h15, soltamos um morteiro gigante. Segundo o cara do posto Texaco, que fica a uma quadra do local, parecia que tinha estourado um transformador", relatou na lista de discussão do site Paranautas um torcedor identificado como Romano, que participou da ação com outros cinco tricolores.

Por volta das 4h30, o grupo detonou mais uma bateria de 450 tiros de fogos de artifício, completando a ação que, segundo Romano na lista de discussão, nunca foi feita "pelos melancias (atleticanos e coxas)" em jogos de Libertadores.

Na partida de ida, em Calama, os torcedores do Cobreloa não fizeram nenhuma algazarra na frente do hotel que o Paraná se hospedou.

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Enganou-se quem imaginava ver o Cobreloa pisando no gramado da Vila Capanema desamparado do apoio da sua torcida na noite de ontem. Indiferentes à desvantagem de 2 a 0 imposta pelo Paraná em pleno Estádio Municipal de Calama, no Chile, um grupo de 48 torcedores fanáticos do time que representa a maior cidade localizada no Atacama (o deserto mais seco do mundo) chegou na manhã de ontem em Curitiba para ver o jogo e, como ninguém é de ferro, aproveitar a proximidade com as praias brasileiras e desfrutar um pouco das belezas naturais e do clima tropical do verão neste lado do continente.

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A bordo de um ônibus, com camisetas, faixas, bandeiras e muita fé na bagagem, "la hinchada naranja" iniciou a sua jornada no último sábado, em Calama, de onde o "vôo rasteiro" partiu com destino ao Brasil, passando por Argentina e Paraguai. Apesar do cansaço causado pelos quatro dias e meio de estrada, os chilenos estavam animados no Hotel San Juan, que os abriga até a manhã de hoje na capital paranaense. "Sabemos que a partida é difícil, mas vamos ganhar por 2 a 0 e nos classificar nos pênaltis", torcia o mecânico Emílio Baltazar, para quem a derrota no primeiro jogo foi fruto da inexperiência da jovem equipe de Calama.

O clima familiar e turístico é o que predomina na excursão liderada por Angel Corante, gerente da Turismo Ventura e, é claro, ferrenho torcedor do Cobreloa. "Nosso grupo é formado por famílias, com pais, mães, filhos e tios viajando juntos para ver o nosso time em campo. Apesar das dificuldades, mantemos nosso apoio em qualquer situação", destaca Corante.

A grande maioria dos torcedores está no Brasil pela primeira vez, como o mineiro Ruben Cruz, que trabalha na fundição do cobre (que originou o nome do time chileno e cuja cor inspirou o alaranjado da camisa) e há 25 anos sonhava em conhecer estas paragens. "Estou adorando esse país, pois por aqui há muitas mulheres bonitas e as pessoas são gentis", disse o chileno, que acreditava em uma vitória do Cobreloa por 3 a 1. Com a "cabeça inchada", a viagem dos 48 torcedores prossegue hoje rumo a Camboriú, no litoral catarinense.