Tricolores
Ingressos Estão à venda nas sedes da Vila Capanema, Kennedy, Tarumã e Boqueirão as entradas para a partida de domingo entre Paraná e São Paulo, às 18h10, no Durival Britto e Silva. Preços: R$ 50 a cadeira, R$ 40 a arquibancada social, R$ 30 a reta do relógio, R$ 20 a curva norte, R$ 15 a geral social e R$ 40 para visitantes (todos com meio-ingresso), além de R$ 20 para proprietários de camarote e R$ 10 para proprietários de cadeira.
Time O técnico Pintado começa hoje a montar o time que vai enfrentar o São Paulo. Ele terá de escolher o substituto do zagueiro Toninho, expulso contra o Cruzeiro. Pode manter o esquema 352, escalando Neguette ou João Paulo na defesa, ou mudar para o 442. Neste caso, o volante Xaves e os meias Éverton e Renan brigariam pela vaga.
É na base do "não tá morto quem peleia" que o centroavante Josiel, 26 anos, gaúcho de Rodeio Bonito, leva a vida e a carreira no futebol. Filosofia típica de sua terra, que o ajudou a deixar o garimpo no qual trabalhava quando adolescente, se tornar jogador profissional e atingir a condição recente de liderar a tabela de artilheiros do Brasileiro, com cinco gols marcados pelo Paraná em três jogos.
Se muitos usam o famoso ditado gaúcho meio da boca para fora, com Josiel está na cara que a tradição regional realmente importa. Afinal, não é sempre que se vê um boleiro entrando no vestiário "pilchado". Ou seja, trajando roupa típica, ontem composta por bombacha, botas e chapéu.
"A cultura de quem é criado no interior do Rio Grande é muito forte. Então onde vou procuro não deixar de lado. Faz parte tu estar vestido assim, com chimarrão sempre na mão, ouvindo música galdéria ou fazendo um churrasco em casa", diz o atacante, satisfeito por no frio curitibano poder colocar a pilcha quase todos os dias.
O sotaque ainda é forte, mas Josiel procura não abusar de palavras comuns no "gauchês", porém incompreensíveis para quem não é da terra. "Saí de casa bem cedo, com 17 anos, e pelo fato de tu parar de praticar acaba esquecendo um pouco. Mas quando volto para Rodeio me solto. Falo bem largado e não tem problema porque todo mundo entende", afirma, sem abrir mão de usar o tu em lugar de você, ou palavras mais difundidas como guri e pelear.
Ele só foge um pouco ao estereótipo do gaúcho tradicional ao revelar que na infância e adolescência ajudava o pai no garimpo e não na criação de gado, como poderia se supor. "Como sempre foi uma terra forte em pedras preciosas, quase todo mundo da cidade esqueceu um pouco das fazendas e partiu para a garimpagem. Não estive em outras lidas também porque a gente não tinha muitos recursos na época", conta o jogador, que só parou de trabalhar perto de se profissionalizar no futebol. "O pai também não deixou ajudar mais porque prejudica muito a saúde", acrescenta.
Tempos difíceis que fazem valer ainda mais aquele ditado típico, levado a cada partida pelo centroavante. "Não tá morto quem peleia. É antigo, mas verdadeiro. Não importa pelo que tu está passando naquele momento, mas deve estar sempre lutando, sempre brigando para melhorar. Depois passei por isso em algumas fases difíceis na carreira também."
Ele pode pelear à vontade, mas só não escapa da tiração de sarro dos companheiros. "Encaro na boa. Só pelo fato de tu ser gaúcho já é motivo de piada, de sarro da gurizada. Só não pode deixar na reta, porque qualquer coisinha já te tiram para chacota. Mas faz parte. Não levo nada pelo outro lado. Até pelo contrário, é muito bom conviver num ambiente saudável como o nosso", completa o galdério tricolor, devidamente pilchado e pronto para garimpar mais gols para o Tricolor no Brasileiro.
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